29 de jun. de 2009

Pesquisa sobre legendas indicativas da programação de TV


Olá pessoal!

Sabem aquelas legendas indicativas de programação da TV com mensagem em LIBRAS sobre informações do programa que vai passar, como faixa etária, etc? O ministério da justiça fez uma pesquisa com os surdos para saber a opinião deles sobre a qualidade das mensagens das legendas. Abaixo, veja informações sobre essa pesquisa!



26/11/2007 - 18:09hPesquisa avalia percepção da Classificação Indicativa entre surdos
Brasília, 26/11/07 (MJ) - O Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação (Dejus), do Ministério da Justiça (MJ), vinculado à Secretaria Nacional de Justiça (SNJ), organizou uma pesquisa com os surdos para conhecer suas opiniões a respeito da mensagem da Classificação Indicativa na Língua Brasileira de Sinais (Libras), veiculada atualmente nas emissoras de televisão.
A iniciativa é conseqüência de algumas manifestações de telespectadores surdos, que demonstraram dificuldades em compreender as mensagens interpretadas na língua de sinais.
O primeiro encontro foi realizado no início de novembro no Ministério da Justiça, em Brasília, e contou com a presença de cerca de 20 pessoas, entre 19 e 70 anos, que assistiram às vinhetas da Classificação Indicativa em Libras produzidas pelas emissoras abertas. Neste primeiro momento da pesquisa, constatou-se que nenhuma emissora está seguindo as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Os participantes apontaram falhas e sugeriram melhorias.
As principais inadequações observadas pelos surdos foram em relação ao tamanho da janela de Libras (muito pequena), às cores usadas no cenário e na roupa das intérpretes e até falhas na interpretação.
É importante lembrar que a nova Portaria da Classificação Indicativa, publicada em julho deste ano, determina que as emissoras, produtoras, e programadores de conteúdos audiovisuais devem fornecer e veicular a informação correspondente à classificação indicativa, textualmente em português com tradução simultânea em Libras, conforme as novas técnicas brasileiras de acessibilidade em comunicação na televisão, durante cinco segundos, ao início de cada obra, e na metade do tempo de duração de cada parte do programa, preferencialmente no rodapé da tela.
Junto à nova Portaria, O Ministério da Justiça preparou sugestões para as inserções dos símbolos, texto e Libras, e encaminhou para as emissoras um vídeo alternando cartelas em português escrito e interpretação na língua de sinais, sobre todas as classificações, produzido com apoio da Radiobrás e da Associação dos Profissionais Tradutores/Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais do Distrito Federal e Entorno - APIL /DF, porém, as emissoras optaram por produzir suas próprias vinhetas.
O grupo que participou da primeira etapa da pesquisa era formado por estudantes, aposentados, representantes da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos do DF (Feneis); da APIL/DF; e pessoas da “Campanha Legenda Nacional - legenda para quem não ouve, mas se emociona”. Na ocasião, o grupo mostrou-se bastante gratificado com o convite feito pelo Ministério da Justiça, que promoveu um espaço democrático de debate e esteve disposto a ouvir às necessidades da comunidade surda.
A consulta será realizada também com surdos de São Paulo e Rio de Janeiro como forma de conhecer a opinião de pessoas das três principais capitais do país. Representantes das emissoras de TV serão convidados a participar do debate e conhecer de perto as dificuldades encontradas pela comunidade surda no acesso aos meios de comunicação.
Ao final da pesquisa, o Dejus, pretende enviar uma carta às emissoras sugerindo que se façam as alterações necessárias para que haja o pleno entendimento das informações referentes à Classificação Indicativa, por todos os cidadãos, independente de suas diferenças. Outra alteração a ser proposta é que se acrescente junto à Libras uma locução nas vinhetas veiculadas antes de cada programa, para que as pessoas com deficiência visual, também possam compreender as mensagens.
Legislação
No dia 09 de março de 2006 uma consulta pública referente à Norma Complementar sobre acessibilidade nos serviços de radiodifusão (NBR 15.290), aprovou uma norma da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), que visa garantir às pessoas com deficiência sensorial (visual e auditiva) os recursos para acessar o conteúdo disponibilizado na TV aberta.
O documento trata da obrigatoriedade de inclusão dos recursos legenda oculta, audiodescrição, dublagem e janela com intérprete de Libras na programação. Ficam sujeitas ao cumprimento da norma as pessoas jurídicas que detenham concessão ou autorização para explorar o serviço de radiodifusão de sons e imagens e as que detenham permissão ou autorização para explorar o serviço de retransmissão de televisão, subsidiada ao serviço de radiodifusão de sons e imagens.
Também devem cumprir o estabelecido no documento, aqueles que transmitirem ou retransmitirem programação que, mesmo tendo sido produzida em outros países, seja editada, traduzida ou sofra qualquer adaptação considerada necessária para sua transmissão ou retransmissão com boa qualidade de percepção e compreensão pelo público brasileiro.
A Norma decreta que os programas políticos, eleitorais, noticiosos, jornalísticos, educativos, campanhas institucionais e informativos de utilidade pública, bem como debates e entrevistas deverão conter janela com intérprete de Libras, para permitir sua compreensão por pessoas com deficiência auditiva ou por pessoas que não compreendam ou não tenham fluência no Português escrito.


Link desta notícia clique aqui! - MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

22 de jun. de 2009

The Silent Worker


Muito legal!"The Silente Worker" foi um jornal popular entre a população surda dos Estados Unidos durante o final dos 1890 até o final do primeiro trimestre do século 20. Inicialmente conhecido como o "Deaf Mute Times" , foi publicado pela primeira vez em Fevereiro de 1888 e renomeado "The Silent Worker" em 27 de setembro do mesmo ano. A Escola New Jersey para Surdos continuou sua publicação mensal, com exceção de julho, agosto, setembro e periodicamente até que cessou em Junho de 1929. Os artigos do jornal foram escritos, em sua maioria, por surdos americanos, embora ocasionalmente surdos de outros países também tenham contribuído para o jornal. Agora a Universidade de Gallaudet converteu a coleção do jornal em formato digital para a pesquisa pública na internet. Muito interessante, com certeza vale a pena conferir e garimpar muitas coisas lá!
Para acessá-lo, clique aqui!

21 de jun. de 2009

Defesas de TCCs e dissertações

NA UFSC - Florianópolis - SC
24/06 - 9h - Sala Drummond - Shirley Vihalva - "Mapeamento das línguas de sinais emergentes: um estudo sobre as comunidades linguísticas indígenas de Mato Grosso do Sul"
25/06 - 10h - Sala Drummond - Paulo Machado - "Diferença cultural e educação bilíngüe: as narrativas dos professores surdos sobre questões curriculares"
25/06 - 14h - Sala Drummond - Gisele Iandra Pessini Anater - "As marcações lingüísticas não-manuais na aquisição da língua de sinais brasileira: um estudo de caso longitudinal"

No Centro Universitário Metodista – BENNETT- Rio de Janeiro/RJ
Defesa de Monografia JOÃO PAULO FERREIRA DA SILVA- "Informação, Comunicação e Inclusão: acessibilidade aos surdos nos museus e centros culturais"- dia 24 de Junho de 2009 – 19 horas - Rua Marquês de Abrantes, 55
Flamengo, RJ

Quem quiser divulgar eventos e defesas de trabalhos acadêmicos, é só enviar para o email do blog!
Boa sorte a todos!

9º encontro itajaiense do dia do surdo e I Seminário sobre Educação e Surdez

9º ENCONTRO ITAJAIENSE DO DIA DO SURDO E I SEMINÁRIO SOBRE EDUCAÇÃO & SURDEZ

O Curso de Fonoaudiologia da Univali realiza a 9º Encontro Itajaiense do Dia do Surdo e o I Seminário sobre Educação & Surdez, a serem realizados de 18 a 20 de agosto de 2009, nas dependências do Campus Itajaí da Univali.
Dentre as atividades programadas estão palestras e oficinas (para conferir a programação completa acesse o site).

Local: Anfiteatro Adelaide Konder - UNIVALI – Itajaí -SC
Dias 18 , 19 e 20 de agosto 2009.

15 de jun. de 2009

Encerramento do curso - 1ª edição

Olá pessoal

Estava com saudades de postar no blog. Depois de algumas semanas com problemas na internet, formatação do PC, instalação de editor de imagens, feriadão beeeeeeeem descansado neste inverninho do sul, enfim volto a postar!
Bom, dia 06/06 encerramos a primeira edição do curso de extensão Introdução ao Ensino de Língua Portuguesa para Surdos, na UNISINOS. A turma foi ótima, amei conhecer vocês e compartilhar esses momentos de tanto aprendizado mútuo, troca de experiências, de diferentes olhares, de busca por conhecimento.... foram momentos muito valiosos para mim e espero que tenha sido para vocês também. Agradeço a todos e principalmente à Valéria, nossa querida monitora, sempre eficiente e pronta para ajudar. VALEU, VAL!

Abaixo fotos da turminha (alguns já haviam ido embora.... que pena!)

Bjs e abraços a todos! Manteremos contato!

1 de jun. de 2009

A polêmica do Programa Mais Você sobre Implante Coclear


Olá pessoal

Há uma semana, no dia 19/05/2009, o programa Mais Você da Rede Globo, apresentado por Ana Maria Braga, exibiu uma reportagem sobre Implante Coclear. Na ocasião, a apresentadora recebeu o otorrinolaringologista Ricardo Bento, que realiza a cirurgia. Toda a comunidade surda ficou muito indignada com as declarações do médico, que disse que sem o implante o surdo não terá chance de se desenvolver, ter uma profissão, etc, e será um pária da sociedade. Quando recebi por email esta notícia fiquei apavorada e fui até o site do programa assisti-lo, para conferir o que foi dito, e realmente, ele disse com estas mesmas palavras (e ainda outras)! Fiquei também muito indignada, e continuei recebendo muitas mensagens de surdos, especialistas e associações de surdos que têm enviado mensagens ao programa manifestando sua indignação, e provando que é possível que o sujeito surdo goze plenamente de seus direitos e pratique seus deveres de cidadão.

Para quem quiser assistir o vídeo, o endereço é: http://maisvoce.globo.com/MaisVoce/0,,MUL1159253-10344,00.html


Há uma transcrição deste programa, produzido e disponibilizado gentilmente pela Iguale, no blog http://www.iguale.com.br/blog.

E vocês, o que acham disso?


29 de mai. de 2009

Para aprender Libras em Ponta Grossa, Paraná

UEPG E PARCEIROS PROMOVEM O CURSO DE LIBRAS PARA PROFESSORES E COMUNIDADE
28/05/2009 - 00:00 AM

Estão abertas as inscrições para o Curso Básico de Libras promovido pelo Departamento de Línguas Estrangeiras Modernas (DELEM), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em parceria com o Núcleo Regional de Educação e Centro de Reabilitação Auditiva e da Fala (CEPRAF) ‘Geny de Jesus Souza Ribas’. A duração é de 62 h., cujas aulas têm início na Usina do Conhecimento, em três de junho, estendendo-se até novembro.
Com 35 vagas em cada turma, são dirigidas 25 para profissionais do ensino fundamental e médio, cinco para comunidade e cinco para acadêmicos, esse curso será desenvolvido com duas turmas. A turma ‘A’, terá aula nas quartas-feiras, às 19h e a para a turma ‘B’, foram reservadas quintas-feiras, no mesmo horário.
Para se inscrever, o interessado deve comparecer na sala 101, bloco ‘B’, Campus Central da UEPG, das 9h às 11h30min e das 13h30min às 17h , munidos de fotocópia da Cédula de Identidade (RG) e o número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) fazer o recolhimento, como entrada, do valor de R$ 50,00, além de se comprometer com mais cinco parcelas de R$ 86,68. Mais informações podem ser obtidas pessoalmente no DELEM da UEPG, no Campus Central ( Praça Santos Andrade 1), ou pelo fone 3220-3372.
Site: http://www.uepg.br/
Abraços!

Site da Agils


Pessoal

A dica de hoje é visitar o site da AGILS, Associação Gaúcha de Intérpretes de Línguas de Sinais.

O site conta a história da associação, quem são os associados, e divulga os eventos da Agils por todo o estado.

O endereço é: http://www.agils.org.br/

Abraços!

24 de mai. de 2009

IPA oferece Bacharelado em Libras no Vestibular de Inverno


O Centro Universitário Metodista, do IPA, vai oferecer no processo seletivo de inverno de 2009 o curso de Bacharelado em Letras – Tradução e Interpretação em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). O IPA é a primeira instituição de ensino superior do Rio Grande do Sul a implementar um curso presencial que visa formar tradutores(as) e intérpretes em Libras.
O Bacharelado em Letras - Tradução e Interpretação em Libras no IPA será composto de sete semestres e uma carga horária total de 2.984 horas, com aulas, atividades complementares e estágios. Serão oferecidas 60 vagas, com aulas no turno da tarde. O curso terá na sua matriz curricular diversas disciplinas compartilhadas com os outros cursos da Instituição, particularmente, com as licenciaturas em Letras.
(Clique aqui e visualize a matriz curricular de LIBRAS)
Para a coordenadora do curso, Elaine Indrusiak, o fato do IPA oferecer mais esta graduação é uma maneira a atender uma carência legislativa e de profissionais no mercado. “É uma oportunidade de ampliarmos a atuação na área de Letras tornando-a mais efetiva e inclusiva. Como é o primeiro curso no Estado, em nível de graduação presencial, primeiramente, vem atender a lei que prevê que tradutores e intérpretes de língua de sinais tenham de ser formados”, destaca.
A lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, entende como língua brasileira de sinais (Libras), a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico é de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituída na transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas. Conforme o decreto nº 5.626/05, que regulamenta a lei acima citada, o(a) tradutor(a) de Libras pode ser usuário(a) nativo(a) dessa língua, possuir certificado de curso superior ou certificado de proficiência em tradução e interpretação em Libras, obtido por meio de exame promovido pelo MEC.
Inscrições e provas
As inscrições para o Vestibular de Inverno do IPA, e da Faculdade Metodista de Santa Maria (FAMES) iniciam às 8h do dia 20 de maio e se encerram à meia-noite do dia 25 de junho. Além do Bacharelado em Letras – Tradução e Interpretação em Língua Brasileira de Sinais, o IPA vai oferecer outros dois novos cursos: Licenciatura em Física e Licenciatura em Química.
Os(As) interessados(as) devem preencher o formulário que está no link Vestibular, no portal da Rede Metodista (www.metodistadosul.edu.br/vestibular). O(A) candidato(a) poderá optar entre realizar as provas ou usar a pontuação obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em 2006, 2007 ou 2008, ou seja, não fazer a prova e aguardar o resultado. Tanto o IPA quanto a FAMES reservam 20% das vagas de quaisquer cursos de graduação para os(as) participantes do ENEM. Entretanto, esta opção não garante bolsa de estudos ao(à) candidato(a).
A taxa de inscrição é de R$ 25 para quem tentar ingressar com a nota do ENEM e R$ 45 para quem for fazer as provas. O boleto gerado com o valor da taxa pode ser pago em qualquer agência bancária dentro do prazo de vencimento.
As provas do vestibular de inverno serão aplicadas no dia 28 de junho (domingo), das 13h às 17h, simultaneamente, na Unidade Central do IPA e na FAMES (Rua Dr. Turi, 2003). O resultado será divulgado no dia 30 de junho, a partir das 18h, no site da instituição, juntamente com os resultados de classificação dos(as) candidatos(as) do ENEM. A matrícula estará disponibilizada para os(as) aprovados(as) de 1 a 6 de julho, na Unidade Central, em Porto Alegre, e em Santa Maria.
Outras informações sobre o processo seletivo de inverno podem ser obtidas na CAE, pelo telefone (51) 3316-1335, e na Central de Atendimento Telefônico, pelo número 0800-5411100.

22 de mai. de 2009

Seminário Internacional Brasil/Portugal: Pesquisas Atuais na Área da Surdez

Olá pessoal

Fiquei sabendo hoje deste seminário e repasso para vocês.. Pena que foi em cima da hora, se eu tivesse a informação antes talvez eu me planejasse para ir, mas quem estiver por perto do DF não pode perder a chance!

O evento é gratuito, com 200 vagas e ocorrerá dia 30/05.

Acesse o cartaz abaixo:

19 de mai. de 2009

Curso de extensão - Alfabetização e Letramento de crianças surdas

Atenção, pessoal, curso de extensão no Unilasalle!!! (Canoas, RS)

Alfabetização e Letramento de Crianças Surdas
Objetivos*
Desenvolver estratégias e metodologias adequadas a fim de inserir a criança surda no mundo letrado, trabalhando com os diferentes usos de escrita na sociedade;* Compreender a Língua de sinais como uma língua que produz significados;* Estabelecer relação da Língua de Sinais com atividades de leitura e escrita;* Usar diferentes técnicas e materiais para o desenvolvimento linguístico da criança;* Criar situações de interação e reflexão sobre o tema;* Conhecer a prática de professores de Escolas de Surdos;* Fazer uso dos classificadores com estratégia de alfabetização.
Público-AlvoProfessores, acadêmicos do curso de Pedagogia e demais interessados com conhecimento em LIBRAS e Ensino Médio completo.
Programação* Alfabetização e Letramento de Crianças Surdas.
Carga-Horária30 h
Ministrantes: Aura Alice Machado Ferreira – Especialista
Realização - Dias 08, 15, 22, 29 de agosto e 05 e 12 de setembro de 2009
Horário: 8h10min às 12h40minSala: 123 A – prédio 1 (sujeita a alterações)
Investimento - À vista: R$ 115,00 (cento e quinze reais)
Formas de pagamento: dinheiro, cheque de pessoa física ou cartão de débito (Banricompras, Visa e Redecard).
CertificadoSerá fornecido certificado a todos os que obtiverem, no mínimo, 75% de frequência.
CURSO VÁLIDO COMO ATIVIDADE COMPLEMENTAR
VAGAS LIMITADAS
Inscrições até 04 de agosto de 2009

http://www.unilasalle.edu.br/canoas/pagina.php?id=1656

12 de mai. de 2009

Brinquedos para crianças surdas - Deaf Toys

Olá pessoal

Gostaria de compartilhar um material de divulgação que recebi por e-mail, uma linha de jogos educativos superinteressantes para surdos (e tb para ouvintes que querem aprender Língua de Sinais).

Aproveitando a oportunidade também achei um artigo legal sobre brinquedos para surdos (ou deaf toys), intitulado "Desenvolvimento de brinquedos pedagógicos para crianças surdas", de um grupo de pesquisadores de Campina Grande. Para acessá-lo clique aqui!
Abraços a todos!

24 de abr. de 2009

Notícias: Vestibular Letras-Libras, Blog...

Oi Pessoal
Aproveitando pra blogar algumas novidades.
A primeira é que estão abertas as inscrições para o vestibular do curso presencial LETRAS-LIBRAS da UFSC, nas modalidades licenciatura e bacharelado, inclusive as inscrições para isenção da taxa de inscrição vão até o dia 13 de maio. Informações, clique aqui e entre no portal do curso.
A segunda notícia é o blog Interpretação de LS e Linguística, da querida Maria Cristina. É um blog supercompleto com materiais, artigos e divulgação de eventos e submissão de trabalhos com temas que envolvam interpretação, tradução e linguística. Confira!
Um grande abraço a todos e ótimo fim de semana.

20 de abr. de 2009

Profissão Repórter da TV Globo grava programa no HC

(16/04/2009) O segundo programa do Profissão Repórter 2009, comandado pelo jornalista Caco Barcellos da TV Globo, terá a participação de profissionais e pacientes do HC da Unicamp. A edição que vai ao ar às 11h15 desta próxima terça-feira (21-04), após o TOMA LÁ DÁ CÁ, foi gravada no último dia 08 no Centro Cirúrgico e no ambulatório do hospital e vai abordar a surdez e suas implicações na vida das pessoas. O HC da Unicamp foi escolhido pela direção do programa por ser um dos pioneiros no Brasil na cirurgia de implante coclear, objeto das entrevistas e filmagens realizadas por mais de seis horas dentro da instituição.
As gravações no HC tiveram início logo cedo - 7h30 - na sala de pré-operatório do Centro Cirúrgico Geral. O apresentador do Profissão Repórter, Caco Barcellos, conduziu as entrevistas desde o preparo da paciente, toda a cirurgia e depois, o atendimento dos pacientes de rotina no ambulatório de Otorrino, onde foi ativado um aparelho num dos personagens da entrevista. A paciente de 31 anos que recebeu um implante coclear é de São Carlos e ficou surda depois de contrair três meningites.
"Cheguei a pensar que a cirurgia não fosse dar certo devido à dificuldade decorrente das meningites adquiridas. A região estava muito calcificada e exigiu mais cuidado com a cirurgia", comenta o médico responsável pelo procedimento, Paulo Porto. Outros pacientes também foram entrevistados como uma das primeiras implantadas, uma criança e seus pais, os profissionais e por fim, um agricultor que ativou o equipamento e passou a ouvir (Assistam o Programa).
A reestréia do Profissão Repórter mantém o formato com entrevistas direto das ruas, onde a notícia acontece, mostrando diferentes ângulos da notícia - com a ajuda de jovens repórteres - e do envolvimento de cada profissional da equipe em todas as etapas da produção: da reportagem à edição. "2008 foi um ano muito especial, decisivo para todos nós. Nosso compromisso, vocês já sabem qual é: mostrar os bastidores da notícia e os desafios da reportagem", diz Caco Barcellos.
Em janeiro a equipe multidisciplinar da Otorrinolaringologi a do Hospital de Clinicas da Unicamp realizou a ativação do 300º implante coclear. A cirurgia, considerada de alta complexidade, é indicada para a reabilitação de pacientes que possuem deficiência auditiva de origem neurosensorial profunda. O HC é um dos cincos centros de referência de implante coclear no Brasil e realiza este procedimento para pacientes de vários estados brasileiros desde 2001.
O implante coclear oferece informação sonora a indivíduos que não tem mais benefício com o aparelho auditivo comum. O procedimento estimula eletricamente as fibras do nervo auditivo, através de eletrodos colocados no ouvido interno, conhecido como cóclea. Segundo o docente responsável pela disciplina de otorrinolaringologi a do HC, Agrício Crespo, a tecnologia do equipamento possibilita a pessoa a readquirir uma audição compatível com suas atividades sociais e profissionais. "O paciente pode ouvir os primeiros sons entre 30 e 40 dias após a cirurgia, quando é feita a ativação do aparelho", explica Crespo.
As primeiras cirurgias no HC da Unicamp foram realizadas apenas em adultos, e a partir de 2003, o procedimento passou a beneficiar crianças. O Hospital de Clinicas formou uma equipe maior, mais experiente e com treinamentos específicos para o público infantil. Atualmente, 70% dos pacientes são crianças. Para saber se o individuo pode realizar a cirurgia é necessário o encaminhamento a profissionais da saúde como: médico otorrinolaringologi sta, fonoaudiólogo, assistente social e psicólogo. A equipe multidisciplinar é essencial para orientação dos familiares que terão que se adaptar a nova realidade do paciente que voltará ouvir.
O coordenador do programa de implantes cocleares no HC, Paulo Porto, afirma que o critério de seleção para crianças é definido por pacientes de seis meses a quatro anos, com perda auditiva profunda bilateral, com expectativa razoável da família e sem beneficio de próteses auditivas. "Apesar da cirurgia ser possível aos seis meses de idade, precisamos de mais tempo para decidir pela a indicação do implante coclear", explica Porto. Já os adultos devem ter mais que 17 anos e sofrer de perda auditiva severa, ou que possuía linguagem oral anteriormente a surdez, chamada de surdez pós-lingual. Esses adultos, diz Porto, tem benefícios limitados das próteses auditivas, devem ser aprovados por psicólogos e não possuir nenhuma contra indicação médica.


17 de abr. de 2009

Livro, Universidade e TV acessíveis


Olá pessoal

Hoje quero divulgar aqui um site que trata de um tema muito importante: a acessibilidade dos livros, universidades e TV para pessoas com deficiência. É o Livro Acessível criado por Naziberto Lopes para lutar pelos direitos dos deficientes visuais de terem acesso à esses meios culturais. No entanto, as reivindicações do site também servem para todos e vale muito a pena conferir o site e colaborar para esta causa!

Agradeço a dica da Cris!

5 de abr. de 2009

Curso de extensão: Introdução ao Ensino de Língua Portuguesa para Surdos



Olá pessoal




Estão abertas as inscrições para o curso de extensão INTRODUÇÃO AO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA SURDOS.
O objetivo do curso é oferecer noções básicas a respeito da disciplina "Língua Portuguesa para Surdos" e suas especificidades, possibilitando que o aluno tenha contato com pesquisas e produção científica recentes na área, além de ter informações a respeito da legislação e abordagens educativas que a contemplam.
PÚBLICO-ALVO: Professores de Língua Portuguesa e de Educação Infantil; estudantes de cursos Normal e Magistério; estudantes e graduados dos cursos de Letras, Pedagogia, Fonoaudiologia e licenciaturas.
Ministrante: Ms. Vanessa de Oliveira Dagostim Pires
· Início das aulas: 09 de maio
· Horário: Sábados, das 8h30 às 12h30.
· Local: UNISINOS, São Leopoldo/RS
· Carga horária: 20h.
Para maiores informações, clique aqui ou envie um e-mail para vanessadagostim@gmail.com
Peço que divulguem o curso a quem tiver interesse. As inscrições vão até o dia 06/05.
Abraços!!!

1 de abr. de 2009

Entrevista Exclusiva: Psicóloga Janaina Cabello






Olá pessoal





É com imensa alegria que publicamos uma entrevista exclusiva com a psicóloga Janaína Cabello, a quem agradeço de coração pela atenção e pela concessão desta!

Janaina Cabello é ouvinte, formada em licenciatura plena e formação de psicólogo pela UNESP (Universidade Estadual Paulista), atua como psicóloga no Instituto Phala - Centro de Desenvolvimento para Surdos em Itatiba, São Paulo, onde nasceu e vive. Ela também cursa pós-graduação lato sensu em LIBRAS e Educação de Surdos, e é graduanda do curso de Pedagogia.

Pergunta 1: Como começou seu contato com a comunidade surda?
Resposta: Iniciei os estudos da LIBRAS em 2006, assim que me formei, e comecei a trabalhar no Instituto Phala – Centro de Desenvolvimento para Surdos em 2007.
Sempre sou questionada, principalmente por psicólogos que conheço, sobre como me interessei por estudar e atuar com a comunidade surda. Interessei-me pela cultura surda e por entender um pouco daquela misteriosa maneira de se comunicar quando, participando da coleta de dados para o doutorado de uma professora, durante minha graduação,descobri que seria necessário entrevistar jovens surdos. Como eu já havia aceitado o trabalho e não fazia a menor idéia de como isso seria possível, contamos com a interpretação realizada por profissionais ligados ao Centrinho de Bauru (HRAC/USP). As perguntas do questionário a ser aplicado foram filmadas e, durante a coleta, eu filmava as respostas dos jovens surdos. Meu trabalho foi realizado, mas eu sequer podia me apresentar ou perguntar o nome daqueles jovens!
Essa lacuna permaneceu durante a minha graduação, até porque na época ainda não era obrigatória a disciplina de LIBRAS nos cursos de licenciatura e não havia em nossa grade curricular um aprofundamento na área. Depois de formada, retornei da cidade de Bauru à Itatiba e encontrei um curso de extensão acadêmica em língua de sinais – foi como tudo começou.

Pergunta 2: Antes deste primeiro contato como era a sua visão sobre os surdos? O que pensava sobre eles?
Resposta: Antes desse primeiro contato com a comunidade surda eu não imaginava como poderia desenvolver um trabalho específico para os surdos, na verdade eu nunca havia me questionado até então em como interagir com a comunidade surda. Eu sabia sobre a restrição auditiva e sobre a existência de uma língua diferente, visual, mas não podia imaginar o desenvolvimento e a constituição de uma identidade lingüística própria, por exemplo. Realmente não havia “olhado” para os surdos até então.

Pergunta 3: Sua formação acadêmica em psicologia contemplou estudos sobre atendimento a pessoas com surdez?
Resposta: Não. Discutimos em uma disciplina aspectos relacionados aos diversos tipos de “deficiências” (visual, auditiva, intelectual, física), mas de uma maneira bastante superficial, sendo o enfoque bastante clínico e médico (a pessoa surda tem uma perda auditiva que pode variar de leve a profunda, existem aparelhos amplificadores, a possibilidade do implante coclear, etc). A graduação mostrou possibilidades de atuação nesse sentido, mas não aprofundamos com estudos específicos em nenhuma área, sendo que esses estudos tiveram que ser realizados posteriormente.

Pergunta 4: Como você chegou ao Instituto Phala e como é sua atuação naquele centro?
Resposta: Comecei a trabalhar na Instituição assim que conclui um ano de estudo em LIBRAS. Havia acabado de concluir um ano de extensão acadêmica em Língua de Sinais e estava muito interessada em atuar como psicóloga junto à comunidade surda, mesmo porque eu queria me certificar que realmente eu estava aprendendo a língua, então queria contato com os surdos. Uma fonoaudióloga que fez o curso junto comigo me indicou para a Instituição, que me contratou. Até então o Instituto nunca havia contratado uma psicóloga que soubesse um pouco de LIBRAS! Hoje, atuo no Instituto Phala em dois projetos: um, o “Projeto Passo a Passo”, que atende crianças e adolescentes surdos com diferentes níveis de perda, propõe um trabalho multidisciplinar com a atuação também de fonoaudióloga e assistente social. O trabalho consiste em acolher a família no momento do diagnóstico, esclarecer sobre quais procedimentos podem ser tomados para garantir o pleno desenvolvimento das potencialidades daquela criança surda, além de fazer outros encaminhamentos que sejam necessários. Em parceria com um instrutor surdo, oportunizamos com que a criança e sua família entrem em contato com a Língua de Sinais, bem como com outras famílias e crianças e jovens surdos, realizando um acompanhamento sistemático. Outro projeto que coordeno, o “Capacitação para a Inclusão”, foi aprovado esse ano, em janeiro de 2009, pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Itatiba e tem como objetivo a profissionalização de adolescentes surdos, entre 14 e 18 anos. O projeto prevê aulas de informática, rotinas administrativas, marketing pessoal, português e orientação profissional para que, no final do ano, possamos encaminhar esses adolescentes para estágios supervisionados em empresas parceiras. Todas as aulas contam com a presença de uma intérprete e os professores das disciplinas iniciarão no próximo mês o curso de LIBRAS oferecido pelo Instituto.

Pergunta 5: Como surgiu o Instituto? Como ele é financiado?
Resposta: O Instituto Phala é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e surgiu em dezembro de 1999. Foi fundado por um grupo de famílias que não encontraram na cidade atendimento específico e especializado para seus filhos com diagnóstico de surdez. As crianças até então não tinham contato com outros surdos ou com a LIBRAS e as famílias, com a ajuda de profissionais, mobilizaram-se para fundar uma Instituição que pudesse atender as crianças em suas especificidades. Atualmente o Instituto atende crianças e adolescentes surdos e suas famílias, moradores de Itatiba e região, e recebe apoio da prefeitura municipal de Itatiba, através de um repasse de verba que mantém as despesas fixas (como o aluguel, contas, manutenção predial); os projetos desenvolvidos são mantidos através de parcerias com a Prefeitura, sendo que temos projetos cadastrados na Secretaria de Ação Social e de Educação (que, depois de aprovarem nossa proposta de trabalho, fazem o repasse de verba a partir de uma prestação de contas e relatórios técnicos mensais). A partir de 2009 também estamos contando com o financiamento do Fundo Municipal do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente para a realização do projeto de profissionalização. Para a complementação da verba necessária, contamos com a parceria com empresas privadas que nos apóiam, e com a doação de pessoas interessadas no voluntariado.

Pergunta 6: Que tipo de ajuda ou colaboração são bem vindas ao Instituto?
Resposta: O Instituto agradece qualquer tipo de colaboração, mas atualmente necessitamos de apoio financeiro para podermos investir na manutenção e segurança do prédio, na aquisição de materiais específicos e na remuneração dos profissionais técnicos, que hoje atuam com uma carga horária insuficiente para atender a toda demanda que procura pela Instituição. Materiais lúdicos e pedagógicos específicos também são muito bem vindos. Profissionais de diversas áreas e que atuem com surdez e língua de sinais podem contribuir conosco compartilhando experiências e metodologias, através da realização de palestras, workshops etc.

Pergunta 7: Na sua opinião, qual a importância de um profissional da psicologia saber se comunicar em LIBRAS? Qual a diferença de um paciente surdo que se comunica através da língua de sinais diretamente com o psicólogo daquele atendimento que é feito através de intérprete?
Resposta: Acredito que a LIBRAS é fundamental para o acompanhamento terapêutico do surdo. A questão do setting terapêutico, do sigilo e ética profissional, até mesmo o vínculo que se estabelece com o terapeuta fica comprometido quando há a necessidade do intérprete, mesmo que esse intérprete seja uma pessoa de confiança do surdo. Acredito que seja fundamental para o êxito do acompanhamento essa comunicação cliente-terapeuta, o cliente precisa se sentir “compreendido” em diferentes sentidos pelo terapeuta, e a primeira forma de se compreender alguém é compartilhando da língua com que essa pessoa se comunica. Sinto que as famílias também passam a confiar mais no meu trabalho quando percebem que posso me comunicar com o surdo sem precisar do intermédio de outra pessoa. É um momento muito íntimo na maioria das vezes, e se o surdo encontra alguém disposto a atendê-lo em sua língua, disposto a aprender com ele para poder compreender suas dificuldades, acredito que se sinta mais motivado e envolvido com o atendimento oferecido. Na minha opinião, atender o surdo em LIBRAS é respeitá-lo como sujeito surdo, como falante de outra língua e, a partir daí, é possível que ele te respeite também como profissional e que o processo caminhe em parceria.

Pergunta 8: Você é uma profissional em constante aperfeiçoamento. Qual a diferença que essa busca faz em seu trabalho?
Resposta: O aprofundamento teórico faz parte dos bastidores dessa atuação: a prática, sem o devido respaldo teórico, não se sustenta. Atualmente, estou cursando uma nova graduação, a de Pedagogia, motivada pela experiência com professores que trabalharam com crianças surdas e ouvintes na mesma sala de aula e relataram as imensas dificuldades em se relacionar com seus alunos surdos, bem como em desenvolver uma metodologia de ensino que contemplasse suas necessidades ou de desenvolver avaliações que pudessem balizar o processo de ensino. Também estou cursando pós-graduação lato sensu em LIBRAS e Educação de Surdos, para me aprofundar, entre outras questões, na língua do surdo. A LIBRAS está em constante movimento, é uma língua viva, uma língua que pertence a um grupo cultural, e acredito que seja necessária busca constante para acompanhar todas essas dinâmicas alterações e garantir um trabalho de qualidade.

Pergunta 9: Como os demais profissionais de sua área vêem o seu trabalho?
Resposta: Acredito que muitos psicólogos se debrucem em questões teóricas relacionadas a aspectos de aquisição de língua, desenvolvimento de linguagem e sua relação com o desenvolvimento cognitivo, porém não especificamente no caso da língua de sinais. Acredito também que muitos psicólogos, como eu durante a graduação, nunca tenham “olhado” para os surdos e suas necessidades, por isso encarem, em um primeiro momento, a minha atuação como “curiosa”. Penso que com a obrigatoriedade da LIBRAS na grade curricular dos cursos de licenciatura, mais psicólogos se sensibilizem com a atuação na área já durante a graduação.

Pergunta 10: Em fevereiro você teve a oportunidade de, juntamente com a pedagoga do Instituto Phala, apresentar em Cuba o trabalho realizado pelo Instituto, na Associação Nacional dos Surdos de Cuba. Como surgiu esse convite? Como foi a receptividade e o contato com uma cultura surda de outro país? (se quiser pode mandar fotos, materiais referentes, etc).
Resposta: Inicialmente havíamos inscrito o trabalho para um evento internacional que aconteceria em Cuba no ano passado, mas que teve que ser cancelado. Como nosso trabalho já havia sido aceito e nós manifestamos o interesse de participar mesmo sendo em um evento menor, fomos convidadas a apresentar o trabalho que desenvolvemos no Instituto Phala na Associação Nacional dos Surdos de Cuba. Fomos muito bem recebidas pela Associação e pudemos assistir aulas de língua de sinais cubana, ministradas por instrutores surdos. Também conhecemos outros profissionais que atuam com os surdos e com a formação dos intérpretes de língua de sinais e instrutores surdos de lá, como psicólogos e pedagogos. Percebemos como eles são cuidados em relação à formação cultural do intérprete, responsável por realizar todo esse intercâmbio cultural entre a cultura ouvinte e surda. Em Cuba eles ainda estão em processo de digitalização de materiais, sendo que a maioria dos materiais utilizados ainda são impressos. Como o acesso ao computador e à internet é bastante restrito, os recursos utilizados no Brasil, lá ainda estão em fase de implementação, adaptação e desenvolvimento (materiais digitais e o sistema de closed caption, por exemplo).

Pergunta 11: Pensando no trabalho que você desenvolve, envolvendo atendimento a pessoas com necessidades especiais, surdez, línguas de sinais, psicologia, inclusão, que bibliografias (artigos, livros) ou demais materiais (vídeos, filmes, sites) você recomenda para aqueles que se interessam nessas áreas?
Resposta: Acho importante, para quem quer entender um pouco sobre a identidade e a cultura surda, entender sobre o processo histórico da surdez. O livro “Vendo Vozes”, do Oliver Sacks (editora Companhia das Letras), pode ajudar nesse sentido e também traz outras referências. “A surdez-um olhar sobre as diferenças”, de Carlos Skliar (org. –Editora Mediação) também contribui com discussões importantes. Na minha atuação com crianças, tive o respaldo dos livros “A criança surda”, de Márcia Goldfeld e “Como brincam as crianças surdas”, de Daniele Nunes Henrique Silva, ambos da editora Plexus. Especificamente na área de Psicologia, atualmente, tenho estudado autores como Vygostky, Luria e Piaget, para entender como desenvolveram suas teorias sobre as bases psicológicas da aprendizagem e do desenvolvimento. Os filmes “Mr. Holland – Adorável Professor”, “...e o seu nome é Jonas”, e “Nell” trazem discussões interessantes, bem como o documentário “Som e Fúria”.

Pergunta 12: Como nossos leitores podem obter mais informações sobre o Instituto Phala? (e-mail, site, endereço, telefone, etc...)
Resposta: O Instituto Phala está localizado na cidade de Itatiba, interior do estado de São Paulo, e pode ser contatado pelo telefone (11) 4538 2799 ou pelos e-mails institutophala@gmail.com ou contato@institutophala.com.br . Os interessados podem conhecer melhor a Instituição e nossas ações através do site http://www.institutophala.com.br/

Pergunta 13: Como os interessados podem entrar em contato com você?
Resposta: Através dos contatos do Instituto Phala ou através de meu e-mail pessoal cabello.jana@gmail.com . Terei o maior prazer em conhecer novos profissionais, familiares, surdos, enfim, pessoas que queiram contribuir com a minha atuação!

Por favor, deixe uma mensagem para os leitores do Blog Vendo Vozes...
Mensagem: Em primeiro lugar, gostaria de agradecer muito pela oportunidade de falar um pouco sobre a minha atuação e sobre a Instituição onde trabalho. É um imenso prazer e também uma grande responsabilidade poder dar um depoimento falando sobre minha atuação. Ainda tenho importantes passos a dar e muitas coisas para aprender. Sinto-me tateando um universo ainda desconhecido, imenso. Questiono-me se não sou inconseqüente em alguns momentos de me aventurar nesse universo sem ter o conhecimento necessário para tal. Mas nesses momentos em que minha prática se “apequeniza” diante dos desafios, os surdos com quem convivo e os outros que tenho conhecido nessa jornada me fazem acreditar que minha prática é possível e pertinente. Com certeza, tudo o que penso e sei sobre surdez, surdos, língua de sinais, é fruto da convivência com eles e da imensa paciência que todos eles têm em compartilhar comigo sua cultura, língua e amizade. Portanto, gostaria de aproveitar para agradecer a todos os surdos e profissionais que têm me acompanhado. Também gostaria de aproveitar para convidar os psicólogos a conhecerem melhor os surdos e as possibilidades (maravilhosas) de atuação com eles.
Obrigada!

Muito obrigada, Janaina, pelo seu tempo e atenção conosco. É uma grande alegria poder divulgar seu trabalho e contar com sua colaboração em nosso Blog Vendo Vozes.
Atenciosamente,Vanessa Dagostim Pires.

Na foto abaixo, alunos surdos com o instrutor Leonel, no centro. (Associação Nacional de Surdos de Cuba)

Na foto abaixo, alunos surdos em curso de língua de sinais em Cuba - Instrutora Leonor
Baixe a entrevista em pdf. CLIQUE AQUI

Novo Blog - Línguas em Estudo

Olá pessoal!
Como recebo muito material e informações de eventos na área de Linguística e estudos de línguas em geral, não apenas de línguas de sinais, e como também sou professora de Línguas para ouvintes, resolvi criar um blog específico para socializar esses materiais, espero a visita de vocês.
Espero que ele seja útil a muita gente, assim como o Blog Vendo Vozes tem sido!
Abraços a todos!
Vanessa

31 de mar. de 2009

Transcrição de Línguas de Sinais

Olá pessoal
Quando se faz um estudo científico que envolva usuários de Línguas de Sinais, a transcrição deles é sempre um desafio. Abaixo exemplifico alguns sistemas de transcrição, manuais ou informatizados, e no final do post as bibliografias utilizadas e links para copiar estes arquivos.
Em estudos feitos no Brasil onde a utilização de sistemas de transcrição de LS foi necessária, encontramos basicamente dois tipos de sistemas: o Sistema de Transcrição em Sinais, exposto por Quadros e Karnopp (2004) e o Sistema de Notação em Palavras, desenvolvido e utilizado pela Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (FENEIS). Levando em conta alguns fatores, como a necessidade de um sistema simples e de fácil compreensão para não-usuários de LS, este trabalho baseia-se na escolha adotada por Maria do Socorro Correia Lima (2004) em sua tese de doutorado. A autora explica que utilizou na pesquisa apenas uma parte do Sistema de Notação em Palavras, para efeito de simplificação, e também discorre que este se denomina assim porque as palavras de uma língua oral (no caso, Língua Portuguesa) serão utilizadas para representação aproximada dos sinais da LIBRAS.
Simplificadamente, o Sistema de Notação em Palavras funciona assim:
· Os sinais em LIBRAS, para efeito de simplificação, são representados por itens lexicais do português em letras maiúsculas. Exemplos: BRINCADEIRA, ESCOLA, SURDO.
· A datilologia (alfabeto manual), que é utilizada para expressar nome de pessoas, de localidades e outras palavras que não possuem um sinal específico, é representada pela palavra separada por hífen. Exemplos: E-S-C-O-V-A-R, M-I-S-S-Ã-O.
· Para os sinais não manuais (expressões facial e corporal) que são realizados simultaneamente com um sinal, para simplificação, são utilizadas, para a representação de frases nas formas exclamativas e interrogativas, os sinais de pontuação usados na escrita de línguas orais, ou seja: !, ? e !?.
· A língua oral, que é utilizada pelos sujeitos investigados (professora ouvinte, pesquisadora ouvinte, alunos surdos), é representada em letra minúscula e escrita em itálico.
· Os comentários explicativos utilizados no decorrer da transcrição tanto dos sinais como das falas, são representados em letra minúscula entre parênteses.
· A pantomima[1] é representada em letra maiúscula, escrita em negrito
e em itálico.
· A mímica[2] é representada em letra maiúscula, escrita em negrito.
· A tradução da língua de sinais é representada entre colchetes.

Na língua de sinais não existem desinências para gêneros (feminino e masculino) e número (plural), portanto, o sinal, representado por palavra do português e que possui estas marcas, recebe o símbolo @ para demarcar a idéia de ausência e não causar confusão quanto a estes aspectos. Exemplos: meu@ (meu[s] e minha[s]), amig@ (amigo[s] e amiga[s]), fri@ (frio[s] e fria[s]). As marcas de plural podem ser visualizadas através da repetição do sinal, e a representação será feita por um sinal de mais localizado no lado direito do sinal que está sendo repetido. Exemplos: CASA+, ÍNDIO+.
McCleary e Viotti (2007) listam algumas ferramentas que possibilitam a transcrição de dados em LS de maneira informatizada, onde é possível visualizar gravações de vídeo e realizar anotações simultaneamente, como o ANVIL (Annotation of vídeo and language data), ELAN (EUDICO Language Annotator), CLAN (Computerized Language Analysis), SIGNSTREAM e TRANSAMA. No Brasil, o ELAN[3] tem sido utilizado com sucesso em pesquisas onde a transcrição detalhada da LIBRAS é fundamental.

[1] Representação de uma história exclusivamente através de gestos, expressões faciais e movimentos, especialmente no drama ou na dança; mímica. A arte de representar exclusivamente por meio de movimentos corporais (Lima, 2004, p.114).

[2] A gesticulação que acompanha a fala oral (Lima, 2004, p.114).

[3] “Criado pelo Instituto Max Planck de Psicolingüística especificamente para análise lingüística, está sendo desenvolvido junto a um grupo de pesquisadores de línguas de sinais. Permite múltiplas trilhas customizáveis para anotações e vídeos simultâneos. Distribuído gratuitamente para plataformas PC, Mac e Unix. Sítio: ” (McCleary Viotti, 2007, p.18).
BIBLIOGRAFIA

25 de mar. de 2009

Concursos no RS

Oi pessoal
Quero aproveitar para divulgar algumas oportunidades, fiquem atentos!
  • Professor Assistente da Carreira do Magistério Superior da Fundação Universidade Federal do Pampa; CAMPUS: Bagé ÁREA DE CONHECIMENTO: Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS VAGA(S): 1 (uma); CLASSE/ REGIME DE TRABALHO: Assistente /40 Horas DE REQUISITOS: (1) Mestrado em Libras, Educação ou Letras; e (2) Licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda língua. Caso o(a) candidato(a) não tenha título de graduação ou de pós-graduação (Mestrado ou Doutorado) em Libras, poderá ter: (1) Mestrado em Letras ou em Educação; e (2) Licenciatura em Pedagogia ou em Letras, comprovando também um dos seguintes perfis: (a) professor de Libras, (b) instrutor de Libras, ou (c) professor ouvinte bilíngüe: Libras - Língua Portuguesa, sendo todos usuários dessa língua e com certificado de proficiência em Libras, obtido por meio de exame promovido pelo Ministério da Educação. OBSERVAÇÃO: Neste concurso, terão prioridade pessoas surdas (em atenção ao Art.7º, § 1º do Decreto nº 5.626, de 22/12/2005). Maiores informações: http://www.unipampa.edu.br/portal/dmdocuments/Edital08_2009_concurso_docente.pdf
  • Professor de Educação Especial - Prefeitura de Cachoeirinha/RS - Deficiência Auditiva - 01 vaga -Curso de Licenciatura de Graduação Plena, com habilitação em Educação Especial na área de Deficiência Auditiva.20 horas 947,92 - Maiores informações: http://www.objetivas.com/concurso_new/detalhe.php?id=385