26 de jul. de 2008

Congresso Internacional de Educação para Surdos- Bilingüismo: práticas e perspectivas

O evento é dirigido à educadores, pesquisadores da área de surdez, tradutores
e intérpretes de Libras e Língua Portuguesa, familiares de surdos, comunidade
surda, bem como fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, demais
profissionais e estudantes de graduação que tenham interesse em aprofundar
seus conhecimentos sobre o Surdo.
Expectativa de Público: 500 pessoas para o Congresso
140 pessoas para o Pré-Congresso
Datas: Pré-congresso – 21 e 22 de agosto de 2008
Congresso – 23 de agosto de 2008
Local: Escola para Crianças Surdas Rio Branco
Rodovia Raposo Tavares, 7.200 (km24)
Granja Vianna - Cotia – SP

Para baixar o folder do evento: http://www.ecs.org.br/site/Bilinguismo/Images/Folder-site.pdf

Quem se interessou em ir? Infelizmente eu não poderei ir, mas quero saber quem vai para saber tudo o que aconteceu!!!

Abraços!

Notícias



Olá pessoal!


Desculpem a demora na postagem do blog, estou tendo dificuldades em acessar a internet em meu novo endereço! Mas mando algumas novidades, se liguem!!!









  • Prêmio Sentidos, para aqueles buscam valorizar as conquistas e superações de pessoas com deficiência, dando visibilidade a seus projetos e histórias de vida. Se você conhece alguém que tenha uma história que precisa ser conhecida de todo o público, a oportunidade está aberta mais uma vez. Mesmo se você participou da edição de 2007, tendo sido finalista, premiado ou não, você pode se inscrever novamente. E não é necessário se inscrever na mesma categoria, você pode escolher uma outra se achar mais adequado para o seu caso.


O cronograma que passa a valer é o seguinte :



 Encerramento das inscrições : 31 de julho de 2008



 Seleção dos 10 finalistas : 15 a 30 de agosto de 2008



 Divulgação dos 10 finalistas : 01 de setembro de 2008



 Seleção dos 3 finalistas : 01 de setembro a 15 de agosto de 2008



 Divulgação dos 3 finalistas : 16 de setembro de 2008



 Evento de premiação : 29 de setembro de 2008



Para se inscrever entre no site: http://sentidos.uol.com.br/premiosentidos2008/





II ENCONTRO DESPORTIVO E CULTURAL DE SURDOS EM SANTO ANDRÉ



Data de início do Evento: 20/9/2008
Horário do Evento: 8h00
Endereço: SESI CAT Theobaldo de Nigris - Praça Aramando Arruda Pereira, 100
Complemento: Bairro Santa Terezinha
Cidade: Santo André
Estado: SP



O evento é gratuito. Para maiores informações: http://www.adavida.org.br/

Abraços a todos!
Vanessa

10 de jun. de 2008

Agenda

Oi pessoal... andei um tempo sem postar porque minha vida passou por várias mudanças (todas ótimas!!!) Me casei no dia 23 de maio e me mudei para uma cidade do interior do RS, onde eu e meu marido lecionamos. Ainda estou sem internet em casa, por isso por enquanto vou postar mais raramente, porém, em breve, se Deus quiser, vou poder normalizar isso.


Desde já agradeço as visitas e os comentários.





E vamos lá com as programações para Junho (todas na UFSC, em Santa Catarina!!!)





CONCURSO PÚBLICO PARA CONTRATAÇÃO DE PROFESSOR FLUENTE EM LIBRAS


A Universidade Federal de Santa Catarina lançou o edital de abertura das incrições para contração de professor. Os requisitos exigitos são: Título de Doutor em letras ou áreas afins. Ênfase em língua de sinais brasileira: tese ou dissertação em língua de sinais brasileira e/ou educação de surdos, comprovada por meio da cópia da Ata de defesa. As inscrições podem ser realizadas de 4/6/2008 a 3/7/2008 no site http://www.ufsc.br/.








Karin Lilian Strobel irá defender seu Doutorado no dia 25 de junho, nasala 618 - 3 andar - no CED - Centro de Ciência e Educação, às 14:00 hs.


Deonisio Schimtt irá defender seu Mestrado no dia 27 de junho, na sala618 - 3 andar - no CED - Centro de Ciência e Educação, às 9:00 hs.

Lançamento do livro da Karin: As imagens do outro sobre a cultura surda





Para adquirir o livro: http://www.edufsc.com.br/det_livro.asp?cod_livro=19009

Abraços a todos, e mt sucesso à Karin!

12 de mai. de 2008

Ao menos 1 milhão de deficientes no Brasil esperam por próteses

CLÁUDIA COLLUCCI da Folha de S.Paulo

O Brasil tem ao menos 1 milhão de deficientes físicos, auditivos e visuais esperando por órteses e próteses, revela um levantamento do Ministério da Saúde no qual o governo federal estabeleceu metas para a saúde no período 2008-2011.
São pessoas que necessitam de órteses (aparelhos auditivos e cadeira de rodas, por exemplo) ou próteses (como pernas mecânicas) já identificadas pelas secretarias estaduais ou municipais de saúde, as que estão em filas de espera e também a demanda reprimida.

Em Estados como Goiás e o Amazonas, a demora por órteses e próteses chega a três anos, segundo grupos de pacientes com artrite e diabetes. A artrite desgasta e inflama as articulações, tirando a mobilidade do corpo. A diabetes pode levar à amputação de membros.
Em São Paulo, o governo estadual nega que haja filas de espera para esses equipamentos, mas instituições que lidam com deficientes, como a Santa Casa de São Paulo e a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), confirmam a dificuldade que os doentes têm para ter acesso a eles.
Só na AACD, 1.600 crianças --a maioria com paralisia cerebral- aguardam uma órtese, prótese ou cadeira de roda. Outras 32 mil --50% moradoras de São Paulo-- estão esperando a vez para o primeiro atendimento, segundo Eduardo de Almeida Carneiro, presidente voluntário da entidade.
"A fila da AACD nunca diminui. Ela pode, no máximo, acelerar na velocidade", diz ele. A entidade atende 2.500 crianças por dia, 86% vindas do SUS.
O garoto Felipe Alves Amorim, 6, vítima de má-formação congênita, é uma delas. Ele espera há um ano novas próteses para as pernas porque as que usa hoje já estão pequenas. Ainda assim, Felipe anda, joga bola, faz capoeira, natação e adora videogame. "Apesar da deficiência, meu filho é uma criança muito feliz", diz a mãe, Daniela Silva Alves Amorim.


Para Carneiro, as filas de espera não refletem a demanda porque muita gente desiste de esperar ou nem entra no cadastro dos serviços porque sabem que a demora será longa. Em São Paulo, estima-se que 40% dos 5 milhões deficientes estejam fora do sistema de saúde.
Na Santa Casa de São Paulo, os pacientes amputados recebem tratamentos de reabilitação nas fases aguda e ambulatorial, mas, para colocar a prótese, vão para outros serviços do SUS, onde enfrentam filas.
No serviço de reabilitação, os acidentes de trânsito, especialmente com motociclistas, são a principal causa de amputações ou de lesões medulares.
Além da dificuldade para obter uma prótese ou órtese, há também problemas de manutenção. Segundo a Abotec (Associação Brasileira de Ortopedia Técnica), 60% dos pacientes abandonam as próteses de uso externo, principalmente a de braços e pernas, porque não se adaptam a elas. Isso aconteceria por falta de ajustes e de manutenção dos aparelhos.
A falta de reabilitação adequada pode trazer seqüelas graves e riscos aos pacientes.

2 de mai. de 2008

II Fórum Estadual de Educação de Surdos


Estamos divulgando o II Fórum Estadual de Educação de Surdos que ocorrerá naUnisinos, dia 17 de maio de 2008.

As atividades iniciam às 9h e terminam às17h.

Local: Centro de Ciências Juridicas (Centro 4) - auditório BrunoHummes.O evento para quem não tiver interesse em ganhar é certificado é gratuito. Para quem tiver interesse em fazer inscrições, as informações estão logo abaixo:

Inscrições:até o dia 15 de maio. Data do evento: 17 de maio - sábado - das 9h às 17h, na Unisinos

Inscrições: site Unisinos (www.unisinos.com/eventos) ou Central de Relacionamento Unisinos (Atividade n. 97304 - Turma n. 5997)

Evento gratuito Válido para cômputo de Atividades Complementares (08 horas)

Mais informações: www.unisinos.br/blog/pedagogia
Esperamos por vocês e contamos com a divulgação do Fórum!!!!


A Unisinos fica em São Leopoldo, RS. Endereço e como chegar: http://www.unisinos.br/

28 de abr. de 2008

Lançamento: Tradução e Interpretação de Língua de Sinais


Está sendo lançado o livro Tradução e Interpretação de Língua de Sinais!! O livro é uma obra não teórica, que reune técnicas e dinâmicas para Intérpretes na parte prática. Por ser uma edição limitada, faça sua reserva!
Autores: Maria Cristina P. Pereira e Angela Russo


O link para o site da Maria Cristina está na coluna da esquerda do nosso blog!
Parabéns Ângela e Cris, esperamos com ansiedade o livro!!!
E parabéns pelas mudanças em sua vida, vc merece!

8 de abr. de 2008

Agenda

Curso de LIBRAS para profissionais da saúde:










CURSO DE LIBRAS GRATUITO!!!

O Departamento de Estudos Especializados da Faculdade de Educação e a Faders oferecem o curso de extensão "LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais". A atividade objetiva desenvolver um aprendizado básico, dirigido a alunos ouvintes que desejam fazer uso de Libras nas comunidades surdas do Brasil. O curso será realizado no período de 15 de abril a 10 de julho , com encontros semanais que totalizarão 60 horas. São oferecidas turmas pela manhã (das 8h às 12h) e à tarde (das 14h às 18h), na Escola Lilia Mazzeron (Rua Morretes, 222, Passo D'Areia, Porto Alegre). O curso é gratuito. Mais informações pelo telefone 3308.3099 e na página relacionada. Link Relacionado:www.ufrgs.br/faced


Ciclo debate educação especial e inclusão escolar
O Núcleo de Estudos em Políticas de Inclusão Escolar da Faculdade de Educação (NEPIE) promove o I Ciclo de Cinema e Debates "Diálogos em Educação Especial e Inclusão Escolar". O ciclo será realizado a partir do dia 22 de abril, totalizando sete encontros, às terças-feiras, das 19h às 22h, na Sala Redenção. Será fornecido certificado aos participantes. Mais informações pelo telefone 3308-3433 e na página relacionada abaixo.

++++++++ Para divulgar eventos e cursos, escreva para: blogvendovozes@gmail.com+++++++

7 de abr. de 2008

MISS BRASIL 2008 poderá ser SURDA!!!

Pela primeira vez na história do concurso Miss Brasil, uma concorrente terá necessidades especiais. Vanessa Vidal, a miss do Ceará, tem 24 anos e é surda, e dia 11 de abril concorrerá ao título de Miss Brasil 2008.


Comunidade surda e a população em geral têm se mobilizado para esta participação inédita, e buscando meios para que o canal que transmitirá o concurso pela TV, a BAND, ofereça closed caption aos telespectadores durante o concurso.

Acompanhe a movimentação:


02/04/2008 - 18h35

Ministério Público pede Miss Brasil em Libras à Band

Publicidade da Folha Online

O Ministério Público Federal em São Paulo recomendouque a Rede Bandeirantes de Televisão transmita oevento "Miss Brasil" com tradução simultânea em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, usada na comunicação de e para pessoas que têm deficiência auditiva. O motivo seria a candidatura da deficiente auditivaVanessa Vidal, que representará o Estado do Ceará no concurso. Esta é a primeira vez que uma mulher com deficiência auditiva participa do "Miss Brasil". Segundo sua assessoria de comunicação, o MinistérioPúblico atende representação da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis). No entendimento da insituição, como uma participante representa a comunidade surda no Brasil --que corresponde a cerca de 5,7 milhões de pessoas--, a transmissão do evento em Libras permitiria o tratamento da candidata e dos espectadores surdos de todo o Brasil na perspectiva da inclusão social. Já que o evento será transmitido no próximo dia 13 deabril, o Ministério Público pediu que a Band encaminhe uma resposta por escrito em dois dias sobre quais osprocedimentos que serão adotados pela emissora na transmissão. A procuradora da República Inês Virgínia Prado Soares acredita que a Bandeirantes cumprirá a recomendaçãoporque "a Constituição Federal prevê que um dos papéisdas concessionárias de televisão é promover a inclusão social".

Vanessa Vidal explicando sobre o concurso e pedindo que votem nela: http://www.youtube.com/watch?v=3zpRE1tuh4o

Notícia no Terra: http://terratv.terra.com.br/templates/channelContents.aspx?channel=2481&contentid=195033



Mais informações sobre Vanessa Vidal: http://www.feneis.org.br/page/noticias_detalhe.asp?cod=662



Mais sobre o concurso Miss Brasil 2008: http://www.missbrasiloficial.com.br/index.php?secao=principal

Parabéns Karin!!!

Quero parabenizar, de coração, à Karin Strobel como nova presidenta nacional da FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos)!

A eleição foi realizada dia 22 de março.

Confira a chapa vencedora:
Fico muito feliz e quero desejar uma boa gestão para todos vocês, e que os surdos possam contar cada vez mais com a FENEIS para garantia de ampliação de seus direitos como cidadãos!!! O Blog Vendo Vozes estará sempre à disposição!
Grande abraço a todos!
Para saber mais sobre a FENEIS, acesse: http://www.feneis.org.br/page/index.asp

31 de mar. de 2008

Curso de LIBRAS em Porto Alegre - IPA

Divulgando...


CURSO BÁSICO DE LIBRAS I
Objetivo: Proporcionar conhecimentos teóricos e experiências práticas para a superação das dificuldades no processo de interação lingüística e cultural entre pessoas surdas e ouvintes.

Ministrantes: Professora Carolina Hessel Silveira (Libras), Professora Mª Cristina Pires Pereira (noções básicas de Lingüística de Língua de Sinais) e Professora Ângela Russo (como interagir com um intérprete de língua de sinais).

Carga horária: 42 horas Vagas: 40 Datas: 13 encontros a partir de 26 de abril (Sábados)(A atividade só ocorrerá caso o número mínimo de inscritos pagantes seja preenchido) Horário: 9h às 12h

Local: Centro Universitário Metodista IPA (Rua Dona Leonor, 340 - Bairro Rio Branco - Porto Alegre) Valor: R$ 150,00 (Este valor poderá ser pago em 3 x no cartão de crédito ou cheque no Setor Financeiro da Instituição, a partir do boleto gerado no ato da inscrição)

Inscrições a partir do dia 03.04


CURSO BÁSICO DE LIBRAS II - Sábados
Objetivo: Proporcionar conhecimentos teóricos e experiências práticas para a superação das dificuldades no processo de interação lingüística e cultural entre pessoas surdas e ouvintes.

Ministrante: Professor André Reichert

Carga horária: 42 horas Vagas: 25

Datas: 13 encontros a partir de 26 de abril (Sábados)(A atividade só ocorrerá caso o número mínimo de inscritos pagantes seja preenchido) Horário: 9h às 12hLocal: Centro Universitário Metodista IPA (Rua Dona Leonor, 340 - Bairro Rio Branco - Porto Alegre) Valor: R$ 297,00 (Este valor poderá ser pago em 4 x no cartão de crédito ou cheque no Setor Financeiro da Instituição, a partir do boleto gerado no ato da inscrição)Inscrições a partir do dia 03.04


CURSO BÁSICO DE LIBRAS II - Quintas-feiras
Objetivo: Proporcionar conhecimentos teóricos e experiências práticas para a superação das dificuldades no processo de interação lingüística e cultural entre pessoas surdas e ouvintes.

Ministrante: Professor André Reichert

Carga horária: 42 horas Vagas: 25

Datas: 13 encontros a partir de 24 de abril (Quintas-feiras)(A atividade só ocorrerá caso o número mínimo de inscritos pagantes seja preenchido) Horário: 9h às 12hLocal: Centro Universitário Metodista IPA (Rua Dona Leonor, 340 - Bairro Rio Branco - Porto Alegre)

Valor: R$ 297,00 (Este valor poderá ser pago em 4 x no cartão de crédito ou cheque no Setor Financeiro da Instituição, a partir do boleto gerado no ato da inscrição)Inscrições a partir do dia 03.04

Maiores informações no telefone 0800.541.1100


ou
Centro Universitário Metodista - Campus Central - Unidade IPA Rua Cel. Joaquim Pedro Salgado, 80 Cep: 90420-060 - Bairro Rio Branco - Porto Alegre-RS Fone: (51) 3316.1300

29 de mar. de 2008

O currículo de Língua de Sinais na Educação do Surdo


Este é o título da dissertação do mestrado em Educação do PPG da UFSC apresentado por Carolina Hessel Silveira, em 2006.



A dissertação faz "uma análise crítica dos currículos existentes nessas escolas e busca as representações desses currículos pelos próprios professores surdos que trabalham com essa disciplina, englobando suas dificuldades, suas expectativas, a relação que vêem com a questão das identidades surdas e da cultura surda". De acordo com o resumo do trabalho, "A análise dos currículos da disciplina mostrou certa diversidade - em alguns há repetição de conteúdos de uma série para outra, em outros já se nota uma preocupação direta com questões de cultura surda e identidade, mas alguns deles abrangem conteúdos que não dizem respeito nem a LS, nem à cultura surda, mas ao disciplinamento dos surdos, em geral. Nas entrevistas, os professores se mostraram conscientes da importância do estudo da Língua de Sinais para a constituição da identidade surda, apesar de se sentirem, às vezes, sozinhos na elaboração do currículo, julgando que ele precisa ser modificado, ampliado, com mais informações e conectado com outras políticas surdas, maior presença de professores surdos nas escolas para surdos, fortalecimento das associações de surdos, etc".


Devido à importância do tema, o blog disponibiliza o mesmo em PDF. Se você quiser divulgar algum trabalho acadêmico, tese, dissertação ou artigo, envie para blogvendovozes@gmail.com


Para baixar o arquivo de Carolina, clique aqui

17 de mar. de 2008

Resultados das enquetes do Blog

Divulgando os resultados das últimas enquetes do Blog:

Enquete 1 – 10 votos
Qual a melhor modalidade de ensino a alunos surdos?
Inclusão em escola regular - 2 (20%)
Escola especial para surdos - 7 (70%)
Escola regular com classe especial - 0 (0%)
Outro - 1 (10%)

Enquete 2 – 25 votos
O que deve ser ensinado primeiramente na alfabetização de alunos surdos?
Escrita alfabética em Língua Portuguesa - 3 (12%)
Escrita da Língua de Sinais - 8 (32%)
As duas ao mesmo tempo - 13 (52%)
Outro - 1 (4%)

Através da enquete você pode manifestar a sua opinião, e nós podemos conhecer melhor nossos leitores.
Por isso aproveite essa oportunidade e vote na enquete atual (localizada na coluna da esquerda do blog). Você acha que uma escola especial para surdos deve ter apenas professores surdos no corpo docente?? Ou apenas ouvintes?
Manifeste sua opinião e vote na enquete!!!
Abraços e boa semana!

Curso de Profissional Intérprete de LS em Porto Alegre




O Núcleo de Apoio e Pesquisa a Pessoas com Necessidades Especiais da Escola Técnica está recebendo inscrições para a seleção ao curso profissional Tradutor Intérprete de Língua Brasileira de Sinais-Libras. A banca de seleção será realizada no dia 29 e a matrícula dos aprovados ocorrerá nos dias 2 e 3 de abril. O curso será desenvolvido no período de 5 de abril de 2008 a 23 de maio de 2009. Inscrições e mais informações pelos telefones 3308.5148 e 3308.5157 ou diretamente no local, Rua Ramiro Barcelos, 2777, sala 158, no horário das 9h30min às 12h e das 14h às 17h30min.




Inscrições p/ Banca, Tel: 33 08 51 48
Banca de Seleção: 29/03/2008

Realização: 05/04/08 à 23/05/09 (CH 430h)

INVESTIMENTO: Matrícula: R$ 300,00
Mais 12 parcelas de R$ 152,00
Horário das aulas: Sábados manhã e tarde 08:30hs as 16:30hs

LOCAL:
Esc. Técnica da UFRGS – Sala 158.
Horário: das 9h30min às 12h e das 14h às 17h30min

Coordenação: Ângela Vigolo

3 de mar. de 2008

Entrevista exclusiva: Karin Strobel

Olá pessoal! Fico feliz em poder contar com pessoas tão legais para melhorar cada vez mais o blog! Dessa vez a entrevistada é Karin Strobel. Formada em Pedagogia, Karin é surda, já atuou como professora de surdos, participou da secretaria de educação do Paraná, faz doutorado na UFSC e, também lá, é tutora do curso LETRAS/LIBRAS.
Nesta entrevista, Karin nos contou sobre sua vida, o livro que está lançando e sua candidatura à presidência da FENEIS, provando que o surdo pode e deve ser autor de sua própria história!




1. Pergunta: Onde você nasceu e como foi sua infância?
Karin:
Nasci em Curitiba -Paraná, a eterna amada ‘terra do pinhão’!
Minha infância foi cheio de duvidas, de aprendizado e de descobertas. Cada pedacinho das várias fases de minha vida é repleto de ‘cair, chorar, enxugar as lágrimas, levantar e continuar caminhando com mais firmeza’.
O que guardo de bom da infância foi ter aprendido a ter perseverança diante de todas as dificuldades e a superação das limitações impostas pela sociedade que me consideravam um ‘deficiente’.
Também, o mais importante para mim foi o amor da minha família, principalmente o de minha mãe, que me apoiou e motivou em todos os momentos na construção de minha identidade surda e de me tornar uma vencedora na vida.
A construção de minha identidade surda foi possível a partir de quando a família aceitou a minha surdez, e isto me fez conhecer a mim mesma com profundidade, afastando meus medos e acreditar no meu potencial de praticar os maiores desafios na vida cotidiana.

2. Pergunta: O que causou a sua surdez?
Karin: Com quatro dias de vida, no hospital, tive um resfriado muito forte e foi prescrito o uso de antibiótico, em dosagem alta, e em conseqüência disso, fiquei surda profunda.

3. Pergunta: Em alguns trabalhos seus, você usa suas próprias experiências como aluna surda. Como foi sua educação? Em que tipo de escola estudou?
Karin:
Na maior parte de minha infância estudei em uma escola para surdos onde usavam método verbotonal, uma metodologia oralista, que foi implantada recentemente na época.
Conseqüentemente, aprendi a falar, mas não sabia me comunicar adequadamente, só ficava repetindo as palavras igual a um papagaio sem entender seus significados, tudo muito mecânico e sem emoções. Idéias minhas, que afloravam cada vez mais em maior número diante de vida ao meu redor, ficavam sufocadas em algumas dezenas de palavras aprendidas e repetidas, tudo muito frio. Eu estava expandindo o meu mundo, e necessitava de uma língua em que possa me identificar e isto era reprimida pelos professores que em vez de fazer isto deveriam encorajar.
Por isto, uso minhas próprias experiências da infância não somente como aluna surda, sim como ‘ser surda’ para lutar pelo povo surdo o direito de nos escolhermos a língua e de construção de identidades sem a imposição ‘normalizadora’ da sociedade que querem que os sujeitos surdos sejam ‘normais’, isto é, que falemos e ouçamos para que sejamos aceitos na vida social.

4. Pergunta: Como foi sua descoberta sobre a surdez e o primeiro contato com a Língua de Sinais?
Karin:
Após a descoberta da minha surdez quando eu tinha 2 anos, gerou diferentes atitudes na minha família. A primeira atitude foi em buscar tratamento médico para receber informações mais detalhadas sobre a ‘deficiência’ e de como lidar comigo.
Muitos especialistas na área de surdez tinham assegurado á minha família que somente o aprendizado da língua oral era o que poderia me ajudar a sair do isolamento. Por isto a minha mãe procurou uma escola de surdos onde eu pudesse aprender a língua oral e isto durou 12 anos.
O meu primeiro contato com a língua de sinais aconteceu na adolescência, na época em que estava revoltada e triste sem saber qual era o meu espaço no mundo, esta fase eu chamo de ‘crise de identidade’.
A minha mãe ficou preocupada com a minha revolta e depois de pesquisar muito ela me levou á comunidade surda onde tive o primeiro contato com a Língua de Sinais e isto me fez abrir as muitas portas para o mundo e permitiu eu construir a minha identidade, não só como surda e sim como a ‘karin’!

5. Pergunta: No nosso país ainda há muitos preconceitos. Você sofreu discriminação por ser mulher e surda?
Karin:
O preconceito existe, embora tentem disfarçá-lo... Em uma sociedade que quando se valoriza demais a audição e a fala, automaticamente estamos sendo preconceituosos contra os que não ouvem e não falam.
Sofri mais discriminação por ser surda do que por ser mulher, vou citar um exemplo da situação que ocorreu comigo: Eu fui prestar uma espécie de prova de seleção em uma instituição para concorrer em uma única vaga da área de surdos (educação), havia duas pessoas concorrendo: eu e mais uma ouvinte.
Obviamente, ela passou e ganhou a vaga. Na época acreditei que ela teve mais pontos na prova e por isto tinha passado porque mereceu. Mas ano mais tarde soube pelas pessoas que trabalham dentro da instituição que ela foi preferida por ser ouvinte, assim economizariam não ter de contatar interprete para mim e outras coisas.
Fiquei muito chateada com a situação, mas em compensação, passei na seleção em outra instituição que foi muito justa e onde estou até hoje, enquanto na outra instituição que me rejeitou anteriormente na oportunidade de uma entrevista justa, a tal ouvinte não conseguiu ir adiante por encontrar dificuldades de atuar na área.
Infelizmente, isto é comum na sociedade que ainda tem a representação negativa acerca de povo surdo, vêem os surdos como incapazes, ou lidam-nos de forma paternal.
Cabe a nos, o povo surdo, lutarmos e mostrar que somos muitos capazes sim!

6. Pergunta: Sobre o aprendizado da LIBRAS por ouvintes, como você pensa que deve ser? Os instrutores atuais de LIBRAS estão preparados?
Karin:
A língua, LIBRAS é uma porta para o mundo dos surdos e para os ouvintes, também, pois os sujeitos surdos necessitam de interpretes, família, amigos e professores que os entendam!
Acredito que, muitos sujeitos surdos, quando bem preparados e com boa formação, são ótimos instrutores e professores de Libras, pois eles além do domínio da língua, habilidades para atuar como um educador, eles também transmitem a cultura surda.
A formação de professores de Libras ficou mais valorizada no Brasil, principalmente graças à metodologia transmitida pela FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, em parceria com MEC: o “Libras em Contexto”, que aboliu a metodologia tradicional do ensino de língua de sinais e hoje estamos ampliando com o curso de LETRAS/LIBRAS em muitas universidades brasileiras.

7. Pergunta: Na sua opinião, o que o curso LETRAS/LIBRAS que está crescendo cada vez mais muda na história dos surdos no Brasil?
Karin:
Com certeza, é uma vitória para o povo surdo, uma língua da cultura surda sendo valorizada!

8. Pergunta: Muitos trabalhos sobre cultura e história surda acabam resumindo a história dos surdos em “Oralismo – Comunicação total – Bilingüismo”, simplificação que é criticada por muitos especialistas em estudos surdos, como Carlos Skliar. Seu próximo livro aborda esse assunto? Como podemos fugir disso?
Karin:
No meu próximo livro (no momento está sendo editado), que vai a ser lançado em breve aborda este assunto: “A imagem do outro sobre a cultura surda”.
A cultura surda, ao analisarmos a sua história, vê-se que ela foi marcada por muitos estereótipos, seja através da imposição da cultura dominante, ou das representações sociais que narram o povo surdo como seres deficientes.
Tem muitos autores que escrevem bonitos livros sobre oralismo, bilingüismo, comunicação total, ou sobre os sujeitos surdos... Mas eles realmente conhecem-nos? Sabem sobre a cultura surda? Eles sentiram na própria pele como é ser surdo?
Esta é uma reflexão importante a ser feita atualmente, porque estas metodologias citadas não foram criadas pelo povo surdo e sim pelos ouvintes, não digo que seja errado, o que quero dizer é que estas metodologias não seguem a cultura surda... o que o povo surdo almejam realmente é a pedagogia surda.
Para a comunidade ouvinte que está mais próxima de povo surdo - os parentes, amigos, intérpretes, professores de surdos – para os mesmos, reconhecer a existência da cultura surda não é fácil, porque nos seu pensamento habitual acolhem o conceito unitário da cultura e, ao aceitarem a cultura surda, eles têm de mudar as suas visões usuais para reconhecerem a existência de várias culturas, de compreenderem os diferentes espaços culturais obtidos pelos povos diferentes.
Mas não se trata somente de reconhecerem a diferença cultural do povo surdo, e sim, além disso, de perceberem a cultura surda através do reconhecimento de suas diferentes identidades, suas histórias, suas subjetividades, suas línguas, valorização de suas formas de viver e de se relacionar.


9. Pergunta: Fale-nos um pouco mais sobre sua tese de doutorado, o que ela aborda, como surgiu, que resultados você tem encontrado.
Karin:
A minha tese de doutorado aborda algumas reflexões sobre analogia de poderes em relação ao corpo surdo e modos possíveis de abordar em sua subjetividade daqueles que considero ‘personagens’ de minha pesquisa: o ser surdo!
Há narrativas produzidas pelos sujeitos surdos que foram entrevistados durante a pesquisa da minha tese no sentido de identificar as descrições sobre visões históricas diferenciadas que permita construir a historia de surdos no espaço colonial ou como sujeitos surdos na diferença lingüística cultural.
E assim, resgato os discursos dos sujeitos surdos que foram silenciados e diluído nos relatos registrados, demonstrando, ainda que tardiamente, que também foram e continuarão sendo atuantes de sua história.

10. Pergunta: Você é do Paraná e estuda em Santa Catarina. Qual a importância do sul do país nas áreas de educação e políticas públicas para surdos?
Karin:
Sim sou do Paraná e estudo em Santa Catarina, mas para mim o mais importante, não é só o sul e sim o Brasil inteiro, pois todos nós, o povo surdo brasileiro, queremos as mesmas coisas: as políticas públicas para a educação de surdos voltadas para a garantia de acesso do aluno surdo dentro das escolas que faça com que eles ‘aprendam’ de verdade e não sendo ‘robôs’, as lutas pelas escolas de surdos, também pela boa formação dos professores surdos, dos intérpretes e dos professores ouvintes bilíngües, pelas acessibilidades na sociedade, respeito e valorização pela cultura surda e de suas diferentes identidades.

11. Pergunta: Constantemente recebemos denúncias de instituições de ensino, especialmente do ensino superior, que não oferecem condições de acessibilidade a pessoas com surdez, e pensam que apenas abrir as portas para matriculá-los já é suficiente. A quem as famílias destes alunos podem recorrer e o que podem exigir, segundo a lei?
Karin:
encaminhar a denuncia à FENEIS- Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos e para o Ministério Publico / CONADE a solicitação de Providências.
Abaixo os e-mails:

FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos
Rua Major Ávila, 379 - Tijuca Rio de Janeiro - RJ 20511-140
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CONADE- Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência
Presidente: Alexandre Carvalho Baroni
Vice-Presidente: Denise Granja
Assessora Técnica Responsável: Márcia Regina Mendes Melo
Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Anexo II, 2º andar - sala 211
CEP: 70064 900 - BRASILIA – DFFone/Fax : : 0 xx 61 3428-9967Fone: 0 xx 61 3429-3673 e 3429-9219 e 3429-9159E-mail: conade@sedh.gov.br
link: http://www.mj.gov.br/sedh/ct/conade/index.asp

12. Pergunta: Para aqueles que querem desenvolver estudos na área de Estudos Surdos, Línguas de Sinais, Educação de surdos, quais conselhos você daria? Quais áreas são promissoras para a pesquisa atualmente?
Karin:
Todas as áreas são importantes para serem pesquisadas, pois o Brasil é muito grande e temos muitos surdos em muitas situações diferentes. Acredito que devemos respeitar todos os sujeitos surdos, mesmo que estejam em espaços diferentes. No momento, as pesquisas que estão sendo mais destacadas são na área de lingüística e educação, mas têm muitos outros que necessitam de mais aprofundamentos.


13. Pergunta: Que bibliografia básica você indica para quem se interessa pelo tema História Cultural dos Povos Surdos?
Karin:
O que é história cultural dos surdos? Esta pergunta é formulada por muitas pessoas nos dias de hoje. No entanto, não é preciso ser um ‘expert’ em história para perceber que a produção das histórias de surdos no Brasil e no mundo, nos últimos anos, passou por mudanças muito significativas.
É conveniente averiguar, entretanto, que em muitos livros e artigos sobre a história dos surdos, tem registros de quem foram os ‘defensores da comunidade dos surdos’ são raros citados, por exemplo, os sujeitos lideres surdos como: o Ferdinand Berthier, o Laurent Clerc, o Eduard Huet. Mostro abaixo dentre de muitas páginas, as fotos de duas páginas de um livro Francês do ano de 1879, em que muitos professores surdos são citados, muitos nomes que ninguém sabem e/ou não conhecem, que necessitam de mais pesquisas aprofundadas para a construção da história cultural.
Clique para visualizar: [1] [2]

Com o exemplo acima, a raridade de referimentos aos sujeitos surdos líderes na historia de surdos, e de seus atos históricos nas maioria dos registros da história dos surdos. Muitos autores citam atos heróicos de sujeitos ouvintes que tem como caridade em educar os surdos, que lançam metodologias educacionais, esquecendo os registros de movimento ao povo surdo. Em muitas outras ocorrências importantes os sujeitos surdos foram representados sempre acompanhando pacatamente, o ouvinte. Onde estão os atos históricos dos sujeitos surdos compartilhando e liderando as lutas ao lado do povo surdo? São deixados às margens?
A história cultural procura levar através das narrativas, depoimentos, episódios vivenciados e observações de povos surdos, um entrelaçado de acontecimentos e ações, levadas a cabo por associações, federações, escolas e movimentos de surdos que são desconhecidas pela grande maioria.
Os povos surdos olham para trás e percebem muitas realizações deslumbrantes dos pioneiros da cultura surda. A história cultural dos surdos é longa e complexa, existe há muitos de anos e contém inúmeras formas de se comunicar, ou seja, através da língua de sinais, desenhos, expressões faciais, corporais, imagens visuais, artes, movimentos de lutas, criações, pedagogias
Acredito que com isto, teremos em breve mais referencias bibliográficas da história cultural dos surdos!

14. Em seu trabalho você tenta resgatar a história dos surdos que ainda não foi contada. Que motivos dificultaram, ao longo dos anos, que os surdos contassem sua própria história? Essas barreiras já foram superadas?
Karin:
Há escassez de história cultural de surdos, justamente por falta de registros, porque por muitas gerações os povos surdos fazem narrativas não escritas de suas vidas, contam as tradições culturais que integraram em suas comunidades surdas através de língua de sinais. Nos séculos passados não tinha como registrar estas narrativas por não haver tecnologia avançada que hoje temos (as filmagens, fotos, webcam, etc) e a língua de sinais usada por eles que era uma língua ágrafa, como registrá-los no papel?
Isto esta mudando, atualmente já temos muitos pesquisadores da história cultural de surdos, dentre eles estão o Antônio Campos de Abreu, formado em História, o Dioniso Schmitt, a Gisele Rangel e outros, todos eles possuem um imenso acervo histórico cultural sobre o povo surdo.
Hoje já superamos estas barreiras, a língua de sinais pode ser registrada através de filmagens e escritas em sinais, o sistema Sign Writing.
Agora o desafio para o povo surdo é construir uma nova história cultural, com o reconhecimento e o respeito das diferenças, valorização da língua, a emancipação dos sujeitos surdos de todas as formas de opressão ouvintistas e seu livre desenvolvimento espontâneo de identidade cultural!

15. Como funciona o GES- Grupo de Estudos Surdos no qual você faz parte?
Karin:
Alguns pesquisadores, tais como Carlos Skliar, Ronice Quadros, Gladis Perlin e outros chamam de Estudos Surdos um conjunto de teorias pesquisadas no ser surdo, as suas representações como sujeitos culturais, pertencimentos do povo surdo e de se narrar como diferente. Os Estudos Surdos foram iniciados em Universidade Federal de Rio Grande do Sul com a chegada do professor visitante Carlos Skliar no ano de 1996.
E o GES: Grupo de Estudos Surdos foi iniciado pela doutora profª Ronice Quadros na UFSC. Atualmente está em vias de solicitação com os atuais pesquisadores surdos e ouvintes. Este grupo tem um trabalho voltado para os surdos, envolvendo ensino, pesquisa e extensão, com alunos em graduação, mestrandos, doutorandos e comunidade em geral.

16. Pergunta: Quais seus planos para 2008?
Karin: Atualmente na sociedade brasileira, está crescendo o número dos sujeitos ouvintes interessados em aprender a língua de sinais e almejo que com o lançamento do meu livro neste ano de 2008 ilumine e ajude-os na compreensão e na aceitação da cultura surda.
Espero poder presidir a FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos a fim de abrir muitas portas na educação, saúde, acessibilidades (legendas, interpretes, professores bilíngües, etc) associações de surdos, políticas publicas, e muitas outras coisas importantes para as comunidades surdas e para o povo surdo, isto é, aos surdos das zonas rurais, os surdos das zonas urbanas, os surdos índios, as mulheres surdas, os surdos sinalizados, os surdos oralizados, os surdos gays e outros. Estes surdos também se identificam com o povo surdo apesar de não pertencerem às mesmas comunidades surdas.

17. Pergunta: Como os interessados podem entrar em contato com você e com seus trabalhos publicados?
Karin:
os interessados podem entrar em contato comigo através do e-mail kstrobel@uol.com.br
Um jornalista surdo, o Diogo Madeira, fez um site blog para mim, confiram:
http://karinfeneis.blogspot.com/

Mando os sites de alguns de meus artigos:
http://143.106.58.55/revista/viewarticle.php?id=125&layout=abstract

http://www.editora-arara-azul.com.br/estudos2.pdf


18. Por favor, deixe uma mensagem para os leitores do Blog Vendo Vozes.
Karin: Ao povo surdo, sejam perseverantes e nunca desistam dos seus ideais e dos seus sonhos, arregacem as mangas e vão à luta com toda a coragem... Lembrem-se: “Não há vitória sem luta e não há luta sem coragem"
Aos interpretes, professores, amigos e famílias, acreditem nos sujeitos surdos e permitam-lhes serem simplesmente autêntico ‘Surdos’!
Portanto, a história dos surdos não acaba aqui e sim um novo começo!!!

Muito obrigada, Karin, pelo seu tempo e atenção conosco. É uma grande alegria poder divulgar seu trabalho e contar com sua colaboração em nosso Blog Vendo Vozes.


Entrevista concedida em 03/03/2008.
* Para obter essa entrevista em PDF clique aqui!
_______________________________
E então, o que acharam? Mandem suas opiniões para nós, deixe um recado para a Karin, clicando logo abaixo em "comentários".
Abraços!

29 de fev. de 2008

Boas Notícias!!!

Olá pessoal! Desculpas pela demora de atualização do blog... estou de mudança, então estou um pouco sem tempo, mas para compensar trago ótimas notícias.
A primeira é que a banca da Maria Cristina Pires Pereira, a Cris, foi um sucesso, e ela tirou 10,o na sua dissertação!!! Parabéns, Cris! Ainda mais que a nota foi atribuída por uma banca tão competente!

Outras novidades da Editora Arara-Azul:
  • Lançamento do livro Primeiros sinais em LIBRAS:

Autor : Janine Oliveira, Laramie Rodrigues Ribeiro, Marcus Vinícius Freitas Pinheiro e Toríbio Ramos Malagodi (Tradutores para a Libras)
Ano de Publicação : 2008
Preço : R$ 25,00 + frete
Observações Gerais : CD-ROM interativo bilíngüe Libras/Português para crianças surdas e ouvintes em fase pré-escolar e de alfabetização. Material auxiliar ao "primeiro contato" com a Libras, não se constituindo em um manual de ensino de Libras, ou um dicionário.

Link: http://www.editora-arara-azul.com.br/Catalogo.php

  • E-BOOK GRATUITO DIVULGA PESQUISAS DE LÍNGUAS DE SINAIS DE TODO O MUNDO - http://www.editora-arara-azul.com.br/EstudosSurdos.php

  • LANÇAMENTO DE SITE NO DIA 3 DE MARÇO - 29/02/2008
    No dia 3 de março, a surda Luciane Rangel, a " Borboleta Colorida " convida para a abertura de seu site www.lucianerangel.com" Há mais de 39 anos relato uma história minha, contando meu diário da vida desde nascimento até hoje, ainda continuo contando, Lembrando, relembrando e refletindo sobre minha pessoa, apesar da minha limitação por ser surda, nada me impediu de pára continuar, por causa da barreira de comunicação."
    "Já passei em fase muito difícil, muitas lutas para conquistar as vitórias, porque eu mereço muito, por isso fico muito orgulhosa de ser Surda! Espero que nos possam compartilhar com famílias de surdos, amigos e colegas surdos, profissionais até amigos ouvintes e demais interessados que integrar com surdos."

Espero que lhes seja útil! Grande abraço, em breve mais uma super entrevista!

Bjus

15 de fev. de 2008

"Testes de proficiência lingüística em língua de sinais: as possibilidades para os intérpretes de Libras"

Esse é o título da dissertação de mestrado em Lingüística Aplicada a ser defendida pela mestranda e intérprete Maria Cristina Pereira Pires, a Cris, neste mês na Unisinos.

Maiores informações:


46ª Banca de Dissertação

Aluna : Maria Cristina Pires Pereira

Título : "Testes de proficiência lingüística em língua de sinais: as possibilidades para os intérpretes de Libras"

Data : 28 de fevereiro de 2008

Horário : 13h30Local :

Sala 3A 317 - Ciências da Comunicação

Banca : Profª Drª Ronice Müller de Quadros (UFSC)

Profª Drª Ana Cristina Ostermann (UNISINOS)

Profª Drª Cátia de Azevedo Fronza (Orientadora)


Endereço da UNISINOS: Av. Unisinos, 950 - Bairro Cristo Rei - CEP 93.022-000 São Leopoldo - RS - Brasil - http://www.unisinos.br/


Resumo da dissertação:

Esta dissertação de mestrado investiga testagens de proficiência lingüística em língua de sinais que são aplicadas a pessoas ouvintes, intérpretes de língua de sinais, no início de sua vida profissional. Devido à diversidade de instrumentos, procedimentos e concepções do que deve ser avaliado em intérpretes de língua de sinais (ILS), faz-se necessária uma investigação sobre a testagem de proficiência lingüística e a distinção entre proficiência tradutória e certificação profissional, bem como qual o momento adequado de suas aplicações nas diferentes etapas da formação e exercício profissional dos ILS. O embasamento teórico consta da distinção entre proficiência e fluência lingüísticas; a evolução do conceito de proficiência lingüística; testagem lingüística; e um panorama geral sobre tradução e interpretação de língua de sinais. A testagem lingüística de língua de sinais abordada neste estudo inclui aquelas explicitamente denominadas ‘de proficiência’ e as provas de habilitação ou de seleção que contenham em si elementos que caracterizem uma avaliação de proficiência lingüística de língua de sinais, mesmo que não sejam explicitamente nomeadas como tais. Com esse objetivo, foram analisadas duas seleções para cursos de formação de ILS, aplicadas no Rio Grande do Sul, nos anos de 1997 e 2000; o Exame Nacional de Proficiência em Libras do MEC (Prolibras) de 2006 e o Sign Language Proficiency Interview (SLPI) dos Estados Unidos da América (EUA). Para refletir sobre quais as reais competências que deveriam ser testadas em intérpretes de língua de sinais, do ponto de vista dos avaliadores, foi feita uma simulação de seleção de ILS por potenciais avaliadores de bancas, surdos e ouvintes, que assinalaram os atributos que consideraram relevantes, na sinalização, como marcos de proficiência em Libras adequada ao início da vida profissional de um intérprete de língua de sinais e quais os fatores que desqualificam o desempenho lingüístico dos candidatos. A partir dos dados obtidos, são propostas reflexões sobre as possibilidades de aperfeiçoamento dos testes de língua de sinais aplicados atualmente.

Palavras-chave: Língua de Sinais Brasileira – Libras. Testagem lingüística. Proficiência lingüística. Intérprete de língua de sinais.


****** A presença de intérpretes de LIBRAS neste evento dependerá da solicitação de pessoas surdas, ficando sob responsabilidade da UNISINOS. Para maiores informações:

PPGLA - Programa de Pós-Graduação em Lingüística AplicadaUNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Ciências da Comunicação - Fone: (51) 35908476Fax (51) 35908486 www.unisinos.br/ppg/linguistica/



Boa Sorte, Cris, com certeza será um arraso!!!! Tudo de bom!!!

11 de fev. de 2008

Aprendendo LIBRAS


Muitas pessoas me pedem materias sobre LIBRAS como apostilas, manuais, etc, e, apesar de saber que a melhor maneira de aprender uma língua é interagir com seus usuários, no caso a comunidade surda, reuni três arquivos que poderão ajudar a quem procura materiais sobre a Língua Brasileira de Sinais. Os dividi em 3 níveis, para facilitar a leitura e uso deles:


1. Manual de LIBRAS básico - com alfabeto manual e vocabulário básico (130 sinais). Produzido pela APILMS (Associação de Intérpretes de Mato Grosso do Sul) e por isso, se você é de outra região, alguns sinais podem ser diferentes (mas a maioria é parecida com as variações mais usadas no país). [CLIQUE AQUI para baixá-lo]


2. Aspectos Lingüísticos da LIBRAS - desenvolvido por Karin Strobel e Sueli Fernandes, traz alguns aspectos básicos da LIBRAS, como: variações existentes, estrutura gramatical, pronomes, configuração de mãos, etc. Para quem quer entender um pouco mais da LIBRAS, traz bastante exemplos. 39 páginas. [CLIQUE AQUI para baixá-lo]


3. LIBRAS - Série Atualidades Pedagógicas do MEC - mais complexo, este volume é para os profissionais ou futuros profissionais de educação de surdos, professores, intérpretes, tradutores e instrutores. Traz vários textos de autoras como Lucinda Ferreira Britto, Ronice Quadros, sobre a estrutura lingüística da LIBRAS, unidades mínimas dos sinais, formação do léxico, aquisição de LIBRAS pela criança, sentenças, transcrição da LIBRAS, e vasta bibliografia. 80 páginas. [CLIQUE AQUI para baixá-lo]


Espero que lhes seja útil! Se você quiser compartilhar outros materiais semelhantes para serem disponiblizados aqui escreva para blogvendovozes@gmail.com.


Obrigada!!!

4 de fev. de 2008

De volta

Oi Pessoal
Fiquei allguns dias sem postar porque estava viajando. Agradeço a visita de todos e informo que as sugestões de novas entrevistas foram anotadas, estou pesquisando sobre os possíveis entrevistados para que as entrevistas sejam bem interessantes! A idéia é publicar pelo menos uma nova entrevista por mês, que tal?
Abaixo posto algumas novidades que recebi:

  • LETRAS/LIBRAS 2008

A partir de agosto de 2008 a UFSC oferecerá o Curso de Letras Libras na modalidade Licenciatura (formação de professores de libras) e Bacharelado (formação de tradutores e intérpretes). A partir de março de 2008 as informações sobre o processo seletivo para o Curso deLetra Libras - Licenciatura e Bacharelado serão divulgadas no site: www.libras.ufsc.br Os pólos que irão oferecer os cursos em 2008 são os seguintes: - UFBA - UFC - UNB - CEFET/GO - INES/RJ - UFRGS - UFSC - UFPR - UFMG - UFES - UNICAMP - UEPA - UFPE - UFGD - CEFET/RN.

  • I Congresso Brasileiro de Línguas Estrangeiras na Formação Tecnológica

Nos dias 11 e 12 de abril, será realizado o I Congresso Brasileiro de Línguas Estrangeiras na Formação Tecnológica (CBTecLE) na Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba (FATEC-ID). O evento oferece espaço para que a discussão sobre o ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras e a formação tecnológica ocorra por meio da interação entre pesquisadores, professores, alunos e empresários. A inscrição pode ser realizada no site http://www.fatecindaiatuba.edu.br/cbtecle/index.php

Abraços, Vanessa.

25 de jan. de 2008

Entrevista exclusiva: Shirley Vilhalva


É com grande prazer que publico uma entrevista excluiva do Blog Vendo Vozes à Shirley Vilhalva. Ela é surda, formada em Pedagogia, com Pós graduação em Metodologia de Ensino e cursa Mestrado em Lingüística na UFSC onde tem o projeto Índio Surdo. Foi diretora de Escola Estadual de Surdos - CEADA, segunda vice presidente da FENEIS e Conselheira do CONADE. Atualmente, atua como Professora Tutora do Pólo UFSC.

Pergunta: Onde você nasceu e como foi sua infância?

Shirley: Eu nasci em Campo Grande – Mato Grosso do Sul, no meu olhar hoje, digo que, minha infância foi cheia de descobertas e desafios cotidianos, mais uma aventura lingüística do que social. Como criança convivendo com três línguas em casa sem saber quais línguas era me fez apenas ver a diferença através da articulação de quem falava. Posso dizer que tive uma infância disciplinada e com muita dedicação familiar para que pudesse atravessar a trajetória da vida com mais motivação ao encontro com os outros num mundo desconhecido.

Pergunta: O que motivou a sua surdez?

Shirley: Minha surdez é hereditária. Em grau de surdez poderia dizer que minha surdez é neurossensorial, bilateral, severa e profunda. Tenho nove familiares surdos entre primos.

Pergunta: Como foi sua educação? Em que tipo de escola estudou?

Shirley: Minha educação iniciou com professor particular e seguiu por muito tempo numa sistemática de aprendizagem da língua escrita, a minha professora deu ênfase mais na escrita sem cobrança da fala, alguns relatos comentei em meu livro que demorava entender o conceito das coisas. Estudei em escola regular e sempre tive apoio de minha irmã Ângela (hoje ela é mãe de surdo) na sala de aula como se fosse minha intérprete, só que era em leitura de palavras faladas, a conhecida leitura labial. Ela me colocava a par de tudo que estava acontecendo na sala. Hoje comparo com o trabalho do intérprete da Libras.
Relato que mesmo estudando em escola regular, meu sonho sempre foi estudar em escola de surdo, onde eu não seria surda porque estaria com meus pares, os surdos iguais a mim.
Só consegui ir para uma escola de surdo quando fui aceita como estagiária do magistério. Foi uma realização, nasci neste momento e comecei nova vida.

Pergunta: Como foi sua descoberta sobre a surdez e o primeiro contato com a Língua de Sinais?

Shirley: A suspeita de minha surdez foi indicada pela minha tia Carmem que é professora e hoje tem um neto surdo. A descoberta não posso te falar muito, pois estava no “chiqueirinho” e não recordo da situação de como foi o impacto. A busca eterna da cura posso dizer que é desgastante, pois a família sofre em buscando nas igrejas, nas curandeiras, nas benzedeiras, nas promessas, nos médicos, nas vizinhanças e ainda por cima uma choradeira que não acaba mais, quando chegava visita e tinha que explicar que eu não falava e nem ouvia...um tal de coitadinha daqui e dali, coisas que hoje vejo que continuam ainda em outros lares.

Pergunta: Como surgiu a idéia de publicar o livro “Despertar do Silêncio”, e como foi a criação dele?

Shirley: A idéia de publicar o livro foi realmente deixar registrado uma fase de minha vida que estava encerrando. Busquei em meu diário o que gostaria que as pessoas soubessem e mostrei também que já tinha novas metas para seguir. Escrevi o livro quando deixei a direção da escola de surdos em Campo Grande e fui trabalhar como Técnica Pedagógica na Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul. Terminando uma trajetória como diretora de escola de surdos e segui para o Projeto índio Surdo o qual estou buscando contato desde 1991 visitando aldeias indígenas como você conferiu na página 44 do livro no site da editora Arara Azul (http://www.editora-arara-azul.com.br/pdf/livro1.pdf)

Pergunta: Como decidiu se tornar professora?

Shirley: Vem de longa data, pois sempre tive um sonho de ser professora de surdos, sempre quis ser palestrante e também almejava que um dia pudesse ser escritora e pesquisadora, sucessivamente. Digo aos meus alunos e alunas que sou A PROFESSORA, com muito orgulho, pois acredito que o professor e professora são considerado(a)s como um nobre guerreiro que tem mais influência que um político na vida das pessoas que passam pelo menos 200 dias letivos em contato direto. Eu tive excelentes professores que hoje são meus colegas de trabalho e tenho honra de dizer o que cada um me motivou, sim tem as dificuldades, mas são menores quando temos um nobre professor ou professora fazendo o alicerce em nossa vida.

Pergunta: Como foi o ingresso na Universidade? Quais as principais dificuldades que encontrou nesse período?

Shirley: Fiz vários vestibulares, pois não tinha intérpretes na época e nem Letras Libras como temos hoje. Dei muito trabalho para os professores e tivemos que negociar com o grupo de colegas que não era possível muita troca porque dificultava a minha compreensão, tive um único grupo e por incrível que pareça éramos apoio um para o outro. Eu sempre fui copista e na faculdade era assim também, pois não dava tempo de ler a boca do professor e escrever o que ele ditava. Então enquanto a colega ouvia e escrevia eu copiava simultaneamente e somente depois procurava ler para entender o que se referia o assunto em parte. Foi nesta época que iniciei os Cursos de Libras dentro da Faculdade que hoje é a UCBD.

Pergunta: Em sua opinião como professora, qual a importância dos professores surdos nas escolas especiais para surdos?

Shirley: É muito importante, como eu não tinha professor surdo e era a professora dos alunos surdos sentia muita falta, adquiri isso quando fui participar na CBDS e na FENEIS encontrei apoio e incentivo de surdos líderes como Antonio Campos, como falo a língua portuguesa isso às vezes era um entrave na comunicação e aceitação em 1986. Hoje os surdos mais politizados têm aceitado melhor os surdos falantes da língua portuguesa oral.

Pergunta: Sendo do MS, como você decidiu ir para a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)?

Shirley: Eu tentei mestrado na UFMS e não fui aprovada, escrevi ao MEC quais eram meus direitos por ser a única pessoa surda da seleção e recorrer, o MEC respondeu não tem amparo legal, faça as provas na UFSC que está mais habilitada em atender os mestrando e doutorandos surdos neste momento. Dando esperança que outras universidades abrissem as portas também, como aconteceu na UFBA. Não somente essas universidades abriram as portas, mas estou referindo de minha trajetória.

Pergunta: Como é seu projeto de mestrado em Lingüística Aplicada na UFSC, já existem alguns resultados de sua pesquisa que possam ser compartilhados conosco?

Shirley: Estou trabalhando com direcionamento para o mapeamento das línguas de sinais emergentes das comunidades/reservas indígenas do Mato Grosso do Sul, não é um assunto muito fácil, pois estou conquistando espaço e lideranças para poder ter mais acesso nas escolas indígenas e nas comunidades. O que posso dizer que inicialmente eu tinha uma idéia que você poderá acompanhar através do anexo da revista RVCSD (http://www.editora-arara-azul.com.br/revista/01/compar5.php). Ainda não tenho resultado como gostaria. Tenho vários caminhos a percorrer.

Pergunta: Como surgiu seu interesse pelos surdos indígenas (ou indígenas surdos)?

Shirley: Posso dizer que em 1987 via o Antonio Campos hoje Professor formado em História fazer palestra em Libras e aparecia nas transparências: Onde estão os Índios Surdos?
Nessa época eu não levava a sério, em 1991 veio a oportunidade de conhecer os Xavantes em Mato Grosso junto com outra militante surda e escritora, a Ronise Conceição de Oliveira e em 2002 em uma reunião da Feneis em Belo Horizonte que estávamos tratando sobre implantação o CAS, Antonio Campos apontou e disse: Chegou a sua hora, você está na Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul coloque em prática o Projeto Índio Surdos sem demora. Assim voltei e comecei ir para o interior conquistar as secretarias municipais, já que estas que têm acesso nas comunidades indígenas onde ficam as escolas indígenas e tem carro para nos levar já que às vezes é de difícil acesso. Tudo foi uma negociação. Ir para aldeia de dia e à noite dar palestra para professores sobre Educação de Surdos, Libras, Orientações Familiares em contrapartida, na verdade eu fazia qualquer negócio no sentido de poder ir para as aldeias. No Acre tive apoio da Helena Sperotto do CAS/AC e sua equipe buscando apoio com a Secretaria Estadual de Educação do Acre quanto ao táxi aéreo, carro e barco. Sobre como vamos denominar os índios surdos ou os surdos indígenas ou indígenas surdos, isso só vamos saber depois da Roda de Conversa que teremos como um primeiro encontro de índios surdos em Dourados previsto para este ano. Na verdade Índios têm uma etnia, agora pensando em uma posição de ser surdos, tem alguns colegas que dizem, por exemplo, Surdo + a etnia por exemplo: Surdo Guarani, Surdo Terena, Surdo Kadwéu, Surdo Kaxinawá e outros dizem como você disse acima, como eu disse apenas alguns exemplos. Esse é um comentário que vamos colocar em discusão com as autoridades que são os próprios índios surdos em encontro previsto em Dourados – MS.

Pergunta: Para aqueles que querem desenvolver estudos na área de Estudos Surdos, Línguas de Sinais, Educação de surdos, quais conselhos você daria? Quais áreas são promissoras para a pesquisa atualmente?

Shirley: Minha mensagem é: Todas as áreas são promissoras, desde que veja no ponto de necessidade de quem espera. Digo que os surdos esperam, os ouvintes esperam, os índios esperam, os surdocegos esperam e os demais deficientes esperam, esperam o que? Esperam a educação de qualidade, bom atendimento na saúde, abrangência no mercado de trabalho e de modo geral que haja acessibilidade em todas as áreas. O surdo é um novo surdo depois da Lei 10.436/2002, mais pensante no sentido de estar mais atuante depois do Decreto 5.626/2005, não continue pensando que os surdos continuarão os mesmos que a geração passada, que passaram pelos profissionais ouvintes fora da tecnologia. Começando por aí podemos pensar que o campo promissor hoje é a área da educação de surdos, da tecnologia, a educação a distancia, a lingüística que vem com futuros profissionais que sairão formados pelo Letras Libras. Os profissionais surdos e ouvintes agora poderão dizer, estaremos falando na mesma língua. Isso é se forem professores de Libras, mesmo que a prioridade seja para os profissionais surdos, pois se trata de ensino de uma língua e não de quem ouve mais ou ouve menos, a Libras é visual, não importa os ouvidos. Na minha percepção, aponta para muitos ganhos tanto para os surdos como para os ouvintes, o que será necessário é ter uma boa articulação e interação de ambas as partes. O mesmo que acontece na área indígena, se não houver uma boa negociação política os dois perdem, perdem tempo, perdem vida e fazem muitos esperarem.

Pergunta: Que bibliografia básica você indica para quem se interessa pelo tema?

Shirley: Eu indico para inicío de conversa os links:
Para quem atua com surdos:
Dificuldade de Comunicação e Sinalização – Surdez
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/surdez.pdf

Livros da Editora Arara Azul que são gratuitos e disponíveis na internet:

http://www.editora-arara-azul.com.br/EstudosSurdos.php
http://www.editora-arara-azul.com.br/Livros.php

E ainda para quem quer comparar o desempenho do educador que atuou antes da Lei 10.436/2002 e o Decreto 5626/2005 os livros do INES é uma boa pedida para rir do que já fizemos, não digo que tudo será descartado tem muitas coisas que ainda estão no processo, veja em:
www.ines.org.br – livros digitalizados e para quem atua com surdocegos
Dificuldade de Comunicação e Sinalização – Surdocegueira/Múltipla Deficiência Sensorial
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/surdosegueira.pdf

Obs: caso não consiga pelo link direto coloque na barra.

Pergunta: Quais seus planos pra 2008?

Shirley: Meus planos são visitar mais aldeias e conversar com as lideranças indígenas para autorizarem a atuação do Projeto Índio Surdo em sua escola indígena com objetivo de mapeamento das línguas de sinais emergentes das comunidades/reservas indígenas. Lembrando que temos um trabalho brilhante de Marisa Giroletti com os surdos Kaingang de Xanxerê aqui em Santa Catarina. Boa dica para os novos pesquisadores.

Pergunta: Como os interessados podem entrar em contato com você e com seus trabalhos publicados?

Shirley: Poderão entrar em contato pelos meus e-mails:
Shivi323@hotmail.com e svilhalva@yahoo.com.br

Segue meu último artigo: “Quais são as produções acadêmicas sobre índios surdos no Brasil?
http://www.cfh.ufsc.br/abho4sul/pdf/Shirley%20Vilhalva.pdf 24/01/2008

Pergunta: Por favor, deixe uma mensagem para os leitores do Blog Vendo Vozes.

Shirley: Deixo aqui que retirei de meu livreto de mensagens que me ajudaram no meu dia a dia que ainda não foi publicado estas singelas palavras para o Blog Vendo Vozes:
“Mesmo que você não queira liderar algo, saiba ensinar aquele que deseja. Não tema a concorrência, olhe para o céu e veja se tem um lugarzinho ainda para você no meio das estrelas. Viu quanto espaço você tem? Sucessos!”(Shirley Vilhalva)


Links relacionados:
Currículo Lattes de Shirley Vilhalva
Editora Arara Azul
Para baixar a entrevista em arquivo PDF clique aqui!!!

O que você achou da entrevista? Quem você gostaria que fosse entrevistado por esse blog? Comente no link "comentários" logo abaixo.
Abraços,
Vanessa.

22 de jan. de 2008

Um a cada cinco jovens não escuta bem


Lúcia JardimDireto de Paris

Vídeo-games com volume nas alturas, festas barulhentas toda a semana e, especialmente, iPods que não saem mais dos ouvidos são alguns dos fatores que provocam a surdez precoce e progressiva de um a cada cinco adolescentes ou jovens adultos. O alerta é do engenheiro acústico francês Christian Hugonnet, presidente da Semana do Som, encerrada em Paris na última sexta-feira.
"Não temos pesquisas conclusivas quanto a um número, mas o que é certo é que de 10 a 20% dos jovens já não escutam como deveriam para a sua idade", disse Hugonnet. "É preciso parar imediatamente com o hábito de escutar música alta nos fones de ouvido. Eles ficam próximos demais dos tímpanos, e provocam uma agressão forte e irreversível ao ouvido, que vai ficando cada vez mais preguiçoso, até que pára de trabalhar", explicou.
O especialista chama atenção para o perigo de uma ferramenta que começou na publicidade e se propagou por tudo o que diz respeito à acústica: a compressão do som, feita para que o menor dos ruídos em um comercial ou em uma música seja superior aos barulhos cotidianos, como os de trânsito. A intenção por trás do artifício sonoro é de que a voz que vende o produto, no filme publicitário, seja entendida mesmo quando disputada com os barulhos do dia-a-dia.
O problema é que a técnica se dissipou para outros ramos, inclusive para a música, e por conta disso o ser humano está cada vez menos capaz de perceber as nuances dos sons. A exposição contínua a essa deformação do som original danifica progressivamente o aparelho auditivo, causando a surdez precoce. Hugonnet se preocupa também com o futuro da música ao vivo - cada vez mais em baixa na França, onde hoje apenas 5% da população sabe tocar algum instrumento.
"É incomparavelmente mais saudável para os ouvidos escutar a música real do que as compressões em MP3 no iPod", afirma o engenheiro. "Vocês do Brasil estão muito melhor preparados neste sentido, mesmo que inconscientemente, já que lá tem música ao vivo até na rua", lembrou o francês, acenando para a intenção de promover uma Semana do Som no Brasil, "provavelmente no Rio de Janeiro".
Sons acima de 80 decibéis - equivalente a uma pessoa falando alto ou gritando - já devem causar preocupação, adverte Hugonnet. O tempo de exposição a altos volumes também precisa ser considerado na hora de prevenir problemas de ouvido. Escutar música em fones de ouvido por duas horas a 80 decibéis pode ser tão traumático para o aparelho auditivo quanto ouvir uma hora a 100 decibéis.iPod nos ouvidos
Nem que quisesse, o estudante Quentin (a lei francesa proíbe de publicar o nome completo de adolescentes), 13 anos, não poderia ouvir suas bandas preferidas neste volume em seu iPod. Para protegê-lo, sua mãe programou o aparelho para que a música não seja mais alta que os barulhos da rua.
"Para mim, está bom assim. Acho melhor me cuidar agora para não ter problemas desnecessários depois", explica o adolescente. A amiga dele, Clara, 13 anos, pensa diferente. Sem nenhuma preocupação com a surdez futura, a jovem escuta música altíssima, debocha dos jovens que ouvem som baixo e diz que não pensa em mudar de hábito.
"Provavelmente quando eu tiver uns 30 anos não vou mais querer ouvir iPod, então vou aproveitar bastante agora", argumenta.
O engenheiro Hugonnete, surpreso com o raciocínio da adolescente, alerta para a inutilidade de alguém passar a se preocupar com os níveis de som apenas a partir dos 30 anos de idade. "Será tarde demais. Os danos ao ouvido são irreversíveis. Hoje o jovem fala muito mais alto, às vezes na mesma altura que velhinhas surdas. A explicação para isso é simples: ele já não está mais escutando os sons baixos, e por isso passa a falar alto também."
As previsões para o futuro não são animadoras, conforme o especialista. "Daqui a 30 anos, todo o mundo que mora nas grandes cidades vai falar incrivelmente alto, para os padrões atuais - que já são mais altos que há 10 anos −, e o nosso ouvido não vai mais perceber nuances dos sons. Muita gente não vai nem saber diferenciar o som do piano em relação ao violino."


Redação Terra